Não sei se me perdi
Em devaneios
Não sei se me perdi
Em realidades
Não sei se me perdi
Por não ter meios
Ou se me distraí
Com as vaidades
Não sei se me perdi
Por ter receios
Não sei se me perdi
Por ter coragem
Não sei se me perdi
Em mil enleios
Ou se me confundi
Com uma imagem
Não sei se me perdi
Se me encontrei
Não sei o que perdi
Ou que ganhei
Só sei que resisti
Que acreditei
E sei quanto senti
Felicidade
Não sei se me perdi
Se estou perdido
Não sei se me perdi
E é verdade
Não sei se me esqueci
De ter vivido
Mas sei que já morri
Por ter saudade.
sábado, 6 de março de 2010
segunda-feira, 1 de março de 2010
Não vejo que morreste
Nem sei por que vou por aí
Chove e tenho sono
Estou doente
Não busco nada
Nem luz nem saúde
Nem significado
Devia estar em casa
E estou na rua
Devia estar vivo
E estou a morrer
A passos largos
Para o teatro na escuridão
Devia regressar
Retroceder
Mas não o faço
Nunca o fiz
Como nunca dei valor
A ser feliz
Passo pelos monumentos
E não os vejo
Pelos sítios onde havia monumentos
E não vejo que os tiraram
Pela casa onde moravas
E não vejo que morreste.
Chove e tenho sono
Estou doente
Não busco nada
Nem luz nem saúde
Nem significado
Devia estar em casa
E estou na rua
Devia estar vivo
E estou a morrer
A passos largos
Para o teatro na escuridão
Devia regressar
Retroceder
Mas não o faço
Nunca o fiz
Como nunca dei valor
A ser feliz
Passo pelos monumentos
E não os vejo
Pelos sítios onde havia monumentos
E não vejo que os tiraram
Pela casa onde moravas
E não vejo que morreste.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Mulher bonita
O que é uma mulher bonita?
Toda a gente sabe
Mas quem o sabe dizer?
Não és completamente real
E do real
A minha ilusão é imperfeita
Reconheço em ti
A parte que devasso
Até ver que o faço
Sob suspeita
Por te ter aqui.
Toda a gente sabe
Mas quem o sabe dizer?
Não és completamente real
E do real
A minha ilusão é imperfeita
Reconheço em ti
A parte que devasso
Até ver que o faço
Sob suspeita
Por te ter aqui.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Sedutora
Trazes nas mãos
Campos de flores
Sem fim
De leitura repreendida
Séculos de dissabores
Do saber da vida
Corpo sonhado
De amor mais nu
Que um livro ignorado
Que sonho és tu?
Campos de flores
Sem fim
De leitura repreendida
Séculos de dissabores
Do saber da vida
Corpo sonhado
De amor mais nu
Que um livro ignorado
Que sonho és tu?
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
A força do vento
Sobre as águas tristes do lago
O pálido clarão da tarde de Inverno
Lembra-me a mais triste de todas
Algures na Primavera
Ou no Verão
Ou no inferno
Num pano de fundo viscoso
E macerado
O cheiro a pólvora queimada
No ar estagnado
E o poeta
Como uma esfinge morto
De um único pensamento
estava absorto
Com a força do vento.
O pálido clarão da tarde de Inverno
Lembra-me a mais triste de todas
Algures na Primavera
Ou no Verão
Ou no inferno
Num pano de fundo viscoso
E macerado
O cheiro a pólvora queimada
No ar estagnado
E o poeta
Como uma esfinge morto
De um único pensamento
estava absorto
Com a força do vento.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Duas palavras de dor
Há uma terra no coração do cantor
Que cobre o cadáver da sua amada
E eu escrevo duas palavras de dor
No chão da história negada
Dor que já ninguém sente
Pois que é só imaginada
Dor ainda mais dolente
Porque já não diz mais nada.
Que cobre o cadáver da sua amada
E eu escrevo duas palavras de dor
No chão da história negada
Dor que já ninguém sente
Pois que é só imaginada
Dor ainda mais dolente
Porque já não diz mais nada.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Não há poesia
Não há poesia sob as telhas
Nem na multidão de bêbados
Que caminha debaixo do céu
Nas ruas estreitas
E bafientas
Com muitas esquinas
E bares baratos
Por onde me arrastei
Como um eremita
Com o dobro das patas
De um caranguejo
E metade da sua graça
Não há poesia em nenhum pensamento
À hora a que me deito para morrer
Sentindo que sobrevivi a tudo.
Nem na multidão de bêbados
Que caminha debaixo do céu
Nas ruas estreitas
E bafientas
Com muitas esquinas
E bares baratos
Por onde me arrastei
Como um eremita
Com o dobro das patas
De um caranguejo
E metade da sua graça
Não há poesia em nenhum pensamento
À hora a que me deito para morrer
Sentindo que sobrevivi a tudo.
domingo, 24 de janeiro de 2010
Pódio
Sobe ao pódio dos teus pés
Que o prémio te sinta
Mesmo que não sejas vencedor
Te diga que o és
Canta o hino
Que aprenderes
A olhar para longe
Do que fores
Capaz
Que o silêncio
No fim
Seja murmúrio
De paz.
Que o prémio te sinta
Mesmo que não sejas vencedor
Te diga que o és
Canta o hino
Que aprenderes
A olhar para longe
Do que fores
Capaz
Que o silêncio
No fim
Seja murmúrio
De paz.
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