III
Isadora Azur diz que
às vezes sonha
com um abraço
que não seja fotografável.
A vida, para ela, não é palco, é coreografia.
E ela dança com precisão.
O que está em redor não diz quem ela é
reflete quem ela sabe ser
Não está à procura de salvação interior.
Basta-lhe honrar o mundo com
A sua melhor versão
Vivendo a superfície como essência.
“Dizem que sou rasa
Mas a profundidade deles parece um pântano.
Eu prefiro a superfície que a luz toca
Onde cada gesto é limpo
E cada contorno tem nome.”
Ela não é vazia
É cheia de forma
A desordem do mundo não a contamina.
Carlos Ricardo Soares