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domingo, 18 de junho de 2023

O processo de pensamento é um processo criativo

Compreender, entender. À medida que vamos escrevendo as ideias vão-se definindo e redefinindo. 
O processo de pensamento é um processo criativo, de busca de satisfação. Pode ser doloroso e ser tormentoso se não for dirigido, focado, ordenado, proveitoso. 
Se escrevermos sobre ideias feitas, para reproduzir ideias feitas e lugares comuns, através de um discurso corrente e vulgar, estereotipado, o processo de pensamento pode ser muito reduzido e quase inexistente, dada a automatização da linguagem. Mas é muito importante para a nossa integração social e saúde mental. 
Essa comunicação superficial, que pode ser divertida, irónica, humorística, provocadora, irritante, ou simpática, está ligada a competências sociais da maior importância. 
Sobretudo entre os jovens adolescentes adquire uma dimensão que nunca é de mais realçar e deve ser promovida.
Já o processo de pensamento como um processo interno e num espaço interior que não é partilhado, senão por algum tipo de compreensão convivencial tecida por comunicação de emoções, e outros tipos de comunicação, nomeadamente linguística, que nos faz acreditar, ou desacreditar, em algum nível de partilha daquilo que pensamos num determinado momento (que pode ser meramente o efeito que pretendemos na comunicação, ainda que não corresponda, ou seja até contrário, ao que honestamente pensamos) ou, em que nos colocamos como observadores da própria convivencialidade social e tentamos entender e compreender os processos e os fenómenos aí envolvidos, porque nos surpreendemos a nós próprios como marionetas cujos cordelinhos nos escapam ao controlo, incluindo quando pensamos e escrevemos e ordenamos, definimos ou redefinimos as ideias e os pensamentos, nestes casos, o processo de pensamento nutre-se de uma necessidade de satisfação que se vai potenciando a si mesma se os mecanismos de compensações do próprio indivíduo forem funcionando.
Compreender e entender, por si sós, podem não ser suficientemente apelativos ou aliciantes, para indivíduos em determinados contextos de “ignorância”. 
Há na necessidade de compreender e de entender algum nível ou génese de conhecimento e de interesse que podem ser já um patamar avançado de entendimento e de compreensão.
Se extrapolarmos para as aprendizagens, para a Escola, teremos aqui muito material para argumentar a favor de uma educação para as aprendizagens, uma educação compreensiva dos processos físicos, psicológicos, individuais, sociais, linguísticos, da comunicação e das motivações, sem reducionismos "visgarolhos", sem prejuízo, aliás, de estes serem, eles também, processos de pensamento zarolho, que "vesgam"(visam),  compreender e entender.