Ouve cantar aves que espreitam
Da fenda da floresta
O atrevido afagamento do sol
Quantos silêncios inofensivos
Estão atravessados num sorriso
Quantos enigmas são precisos
Para resgatar do esquecimento
As âncoras ofuscadas
Pela refracção dos prismas
Que à toa fendemos
Ao rasgar páginas pela fenda
Da leitura da escrita
Espigas do mundo
Seios dourados
Às transparentes mãos
Porém imperfeitas
Do dia que se faz
Adivinhar pelas fendas
Dos abismos
Que tem o luar.