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sábado, 25 de junho de 2022

Fender

 

Ouve cantar aves que espreitam

Da fenda da floresta

O atrevido afagamento do sol

Quantos silêncios inofensivos

Estão atravessados num sorriso

Quantos enigmas são precisos

Para resgatar do esquecimento

As âncoras ofuscadas

Pela refracção dos prismas

Que à toa fendemos

Ao rasgar páginas pela fenda

Da leitura da escrita

Espigas do mundo

Seios dourados

Às transparentes mãos

Porém imperfeitas

Do dia que se faz

Adivinhar pelas fendas

Dos abismos

Que tem o luar.