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sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Rios e horizontes

Há rios sem margem

Para dúvidas

Horizontes de tal sorte

Que são pontes

Sobre a dificuldade da morte

Tudo o que aprendi

E não sabemos

Do tamanho das dores

Que o tempo semeia

Com tanto amor

Quanto odeia

O que dizemos

Frutos doces e amargos

As saudades

Que temos

Se fossem aves iriam pelos largos

Barcos pelas vertentes

Se fossem luz pelas janelas

Voz pelo brilho das nascentes

Se fossem água iriam pelos olhos

Sem visão

Foram apenas

E é o que são

Almas penadas

Se vissem o dia

Seriam nadas

Levados pela mão vazia.