Há rios sem margem
Para dúvidas
Horizontes de tal sorte
Que são pontes
Sobre a dificuldade da morte
Tudo o que aprendi
E não sabemos
Do tamanho das dores
Que o tempo semeia
Com tanto amor
Quanto odeia
O que dizemos
Frutos doces e amargos
As saudades
Que temos
Se fossem aves iriam pelos largos
Barcos pelas vertentes
Se fossem luz pelas janelas
Voz pelo brilho das nascentes
Se fossem água iriam pelos olhos
Sem visão
Foram apenas
E é o que são
Almas penadas
Se vissem o dia
Seriam nadas
Levados pela mão vazia.