No fim só
vi farrapos e não bandeiras
orações que agitei
a todos os deuses garantes
da minha ingenuidade
de os ter pela arreata
dos meus caprichos
foi isso que em sonhos
antegozava infantilmente
que mais dizer
daquilo que me fez sentir
a falta
do que menos tive
quanto mais desejei?
E como compreender
que gosto de ter sido o autor
desse mundo impossuído?
E como saber
(se o não sei)
porque fui banido
por tudo aquilo em que acreditei?
No fim
a poesia
é o único tecido
a adejar
minha companheira
de que faço bandeira
por o ter sido.