Blogs Portugal

sábado, 8 de abril de 2023

A poesia


No fim só

vi farrapos e não bandeiras

 

orações que agitei

a todos os deuses garantes

da minha ingenuidade

de os ter pela arreata

dos meus caprichos

 

foi isso que em sonhos

antegozava infantilmente

 

que mais dizer

daquilo que me fez sentir

a falta

do que menos tive

quanto mais desejei?

 

E como compreender

que gosto de ter sido o autor

desse mundo impossuído?

 

E como saber

(se o não sei)

porque fui banido

por tudo aquilo em que acreditei?

 

No fim

a poesia

é o único tecido

a adejar

minha companheira

de que faço bandeira

por o ter sido.


Sem comentários: