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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Notas críticas I

Todas as perguntas que fazemos a nós próprios valem a pena. As que fazemos aos outros, não sei. Quando um arquitecto quis uma janela da casa, que custava mais que a casa toda, o dono da obra perguntou: qual é a utilidade disso? E o arquitecto respondeu: nenhuma. Eu penso nisso quando visito alguns monumentos, templos e quando observo cidades, ruas, fachadas... quando ouço música...quando assisto a fogos de artifício.

Mas, sem querer passar por pedante, por que não lembrar Homero quando ele inicia os seus poemas épicos com uma invocação à Musa?
Ou, séculos mais tarde, Platão, o primeiro filósofo da literatura?
Hesíodo, Sólon, Simónides, Píndaro e os retóricos e dramaturgos do séc.V, formularam observações críticas, por exemplo: que a poesia é uma coisa encantadora, que tem de ser aprendida como uma arte, que consiste numa escolha inteligente das palavras...

Durante muito tempo o encanto da minha infância consistiu na ilusão que eu tinha de que tudo nasceu depois de mim. Estranhei a História. Freud era capaz de "diagnosticar" complexo de Édipo.