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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Quem quer ser sábio? III


Do sábio espera-se que, tanto nas palavras sábias que diz, como na sábia conduta com que faz, ou deixa de fazer, revele ter a justa noção das coisas. 

E que ame, que esteja imerso, que inclua, que agasalhe, que estreite, que abrace, que pacifique, que construa, que cure, que salve e que não agrida, que não afaste, que não hostilize, que não adoeça, que não mate e que, se tiver de condenar, o faça pelo sentido último das virtudes de Sócrates, formulado pelo imperativo categórico, de Kant, e não por uma razão pura.  

E que não tenha outro poder, nem outra riqueza, nem outros apegos, senão os da Sabedoria, que outros maiores não existem. 

E dele não se espera e não se aceita que seja imprudente, tolo ou medroso.  

A loucura do sábio tem mais a ver com a sua ousadia, valentia, despojamento e capacidade de abnegação. 

Tanto ou mais do que ao nível discursivo, ao sábio não são toleradas paixões, senão a compreensão delas, fraquezas científicas, nem morais, nem de mundivisão e mesmo as fraquezas físicas, apenas são toleradas as que, de todo, não forem indesculpáveis.