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sábado, 25 de janeiro de 2020

Para quê/porquê


O "para quê", de algum modo, apresenta-se ou soa como desconcertante, desmancha discursos ou prazeres, mais ainda quando pretende ser, não uma pergunta, mas algum modo de resposta. Quando alguém pergunta "para quê?", já está a responder de um modo frustrante e derrotista.
Se a mãe disser à Leonor para ir à fonte e a Leonor perguntar "para quê?", tanto a mãe como a Leonor entendem isso como uma resposta e não como uma pergunta. Se a Leonor perguntasse "porquê?" tudo poderia ser diferente, dependendo dos contextos.
O "porquê", comparado com o "para quê" parece ser mais contextualizado, objetivável e promissor de respostas relevantes e sustentáveis e menos provocador ou desafiante.
Há "para quês" a que se responde com "porque" em vez de "para que".
Será que "professores para quê?" é uma pergunta ou uma resposta, ou nenhuma das duas, ou ambas?
Se procurarmos responder "professores, porque..." seremos nós que estamos a desviar-nos do assunto, ou nem por isso, de modo algum, antes pelo contrário?