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terça-feira, 20 de outubro de 2009

O livro de todo o conhecimento (II)

Decidi estacionar o carro e seguir a pé. Num dia soalheiro e o palácio da justiça a cerca de quinhentos metros? Isso não era nada para um tipo como eu. Ou não tivesse jogado ténis até aos vinte e cinco anos e ganho alguns torneios. Ah!Ah!Ah! Aliás, foi no ténis que conheci a Teresa. De uma beleza espampanante e, ao mesmo tempo, de uma modéstia e de uma inteligência provavelmente inexcedíveis, segundo os meus padrões, claro. Assim a vi logo no primeiro contacto e essas impressões perduraram e foram sendo confirmadas e ultrapassadas posteriormente com o aprofundamento da nossa relação. Mesmo que tentasse, não seria capaz de disfarçar a admiração que senti por ela desde o princípio e que ela, a cada momento, mais me inspirava. E o fascínio? O respeito por uma mulher que eu, obviamente, idolatrava? Chamar cegueira a esta paixão pode ser um jogo de palavras mas não o julgo supérfluo.
Teresa estava avisada do meu atraso. Quando cheguei, ela esboçou um compreensivo sorriso e disse-me que a funcionária do tribunal já tinha chamado por nós, mas que lhe explicara a razão do atraso e que este seria breve. A funcionária aguardou que eu chegasse.
A nossa comparência no tribunal estava relacionada com um processo-crime em que Teresa era vítima de violência doméstica. E fico por aqui por causa do segredo de justiça.