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domingo, 17 de janeiro de 2010

Venenasas

Esta certeza é efémera como todos os brilhos
Como as chamas arrefecem nas órbitas
De monstros venenasas
Ruínas de castelos que já foram no ar
Sobranceiros a campos
Onde são matagais
Cemitérios onde adros já foram festivos
Esta tristeza desmemoriada do que foi alegria
Ao compasso de todas as músicas
De todas as marchas não reeditadas
E dos silêncios sobrevindos
De todos os sinos
De todos os tempos
Tratados de filosofia
À espera
De um cérebro que os pense
Até à próxima explosão do Universo
Que não precisa da ciência
Nem de contexto histórico
Como a minha morte
Para acontecer
Sou fútil e distraído
Como as estrelas brilham
Como um ébrio enquanto não adormece
Trato de banalidades
Porque já é aquilo que há-de vir a ser
Eu já nasci morto.