O poder das palavras vai sempre mais longe do que as palavras do poder, por mais que isto seja contraditório, ou circular. Mas é preciso que alguém
as ouça, as entenda, as siga, ou as rejeite. Nenhum poder existe, ou leva a melhor, sobre o que resiste. Neste aspecto do problema, admiro o burro, tão mal tratado, mas sobrevivente.
O poder das palavras
é inescapável e incontornável e inarredável. Nem é viável abstrair das palavras. O que é viver sem palavras?
O poder das palavras, reside no indivíduo que as usa, como autor ou destinatário se e apenas na medida em que as usa e com elas se conforma.
Para quem teme o seu poder, o melhor não será fugir-lhes.
Para quem quer o seu poder, o melhor não será usá-las indiscriminadamente.
Mas as palavras do poder, senhores?!
As palavras que fazem da força poder, que dão poder à força?
Sem embargo de a força ditar palavras que as tornam poderosas,
o poder das palavras está para as palavras do poder como o espírito está para a matéria (metaforicamente, porque não alinho nesse dualismo).
E que diríamos sobre o valor das palavras?