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sábado, 11 de janeiro de 2014

Para que não se faça silêncio

Estamos à beira de qualquer coisa que não sabemos o que é
E não é noite
Fitamos o curso da vida e que aprendemos?
Com um sufoco de revolta na garganta 
Não nos abraçamos
Ouvimos o canto dos pássaros
E blasfemamos
Temos as mãos próximas
E não as damos
Porque preferíamos que as estrelas
Não existissem
Tristes muito tristes vamos
Desconfiados das próprias sombras
Se amamos 
Não nos lembramos
Se estamos vivos?
Estejamos 
Porque temos medo
E raiva e ódio e desespero
A morte é pouco menos que isso
E arremessamos palavras
Para que não se faça silêncio.