A Sabedoria não é algo que exista e se encontre em algum lugar. Não está, nem pode estar, senão no pensamento e na acção do homem, no modo como este enfrenta e vive a vida, os problemas da vida e os pensa. O homem, ao dar-se conta, pela experiência e reflexão, de que tem margem para escolher e de que a sua acção ou inacção têm efeitos e consequências, exercita a sua aptidão para a sabedoria e o desejo de conceber e operacionalizar o melhor dos modos de enfrentar, pensar e viver a vida, não apenas para cada situação particular e concreta mas para todas as situações da vida, em geral e abstracto.
Se há modos diversos de o fazer, se há uns melhores do que outros, é irrecusável pensar qual será o melhor, como saber e como realizá-lo.
Era tão bom que as respostas estivessem disponíveis em algum lado...
Mas não, nós é que vamos decidir se há respostas, se umas são melhores do que outras, qual é a melhor e tentar segui-la ou aplicá-la, ou, simplesmente, não fazer nada, se for possível.
Apesar do que algumas religiões dizem, não creio que algum deus tenha dado qualquer sinal do melhor modo de encarar a vida ou do que devia/deve ser feito. Se o fará, não sei e, se alguém souber, que faça o favor de informar.
A tentação de encontrar um deus, ou um sábio, que resolva os problemas é tão grande que o homem não foi capaz de lhe resistir.
Mas errou redondamente. As religiões cometeram a fraude de dar as respostas como se estas fossem a antecipação daquelas que o homem, por si só, segundo alegados ou supostos critérios de sabedoria, deveria encontrar e que, talvez, nunca alcançasse.