Se eu soubesse não diria
Nada que não seja
Poesia
Nada que não saibas
Que eu não sabia
Não direi nada
Sei
Extenso dia
Até onde alcança
A vista
A fantasia
A alma
Que vê ausências
Onde há
As dela
As outras não
Direi por dizer
Pelo prazer
De ouvir-me
E de crer
Que a palavra não faz
Falta
Em vão.
quarta-feira, 17 de março de 2010
quarta-feira, 10 de março de 2010
ESCRITOS Online

Coletânea de comentários críticos
Por sugestão de alguns amigos, organizei e publiquei em livro centenas de comentários que postei em vários sítios na Net (http://www.escritartes.com/forum/index.php/board,2.0.html , http://www.luso-poemas.net/modules/news/, http://www.blogger.com), ao longo de quase três anos, de 2007 a 2010, sobre dezenas de autores lusófonos, dispostos por ordem alfabética, de A a Z.
Sem falsas modéstias, parece-me um trabalho pioneiro a ser seguido por quem não desfaz e não se desfaz dos escritos na Net, dedicando imensas e boas horas à comunicação e à aprendizagem online.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Abraçado a uma puta
A luz fraca não deixava ver a cor das flores
O mofo fantasma da rua da morgue
Entranhado nas asas de bronze
Do anjo triste como o horizonte
Perguntava sem ironia
Que andava ali a fazer
Enamorado da alegria
Enamorado triste
Sem esperança
Abraçado a uma puta
Que fazia acreditar
Que ainda havia
Mistérios a desvendar.
O mofo fantasma da rua da morgue
Entranhado nas asas de bronze
Do anjo triste como o horizonte
Perguntava sem ironia
Que andava ali a fazer
Enamorado da alegria
Enamorado triste
Sem esperança
Abraçado a uma puta
Que fazia acreditar
Que ainda havia
Mistérios a desvendar.
sábado, 6 de março de 2010
Não sei se me perdi
Não sei se me perdi
Em devaneios
Não sei se me perdi
Em realidades
Não sei se me perdi
Por não ter meios
Ou se me distraí
Com as vaidades
Não sei se me perdi
Por ter receios
Não sei se me perdi
Por ter coragem
Não sei se me perdi
Em mil enleios
Ou se me confundi
Com uma imagem
Não sei se me perdi
Se me encontrei
Não sei o que perdi
Ou que ganhei
Só sei que resisti
Que acreditei
E sei quanto senti
Felicidade
Não sei se me perdi
Se estou perdido
Não sei se me perdi
E é verdade
Não sei se me esqueci
De ter vivido
Mas sei que já morri
Por ter saudade.
Em devaneios
Não sei se me perdi
Em realidades
Não sei se me perdi
Por não ter meios
Ou se me distraí
Com as vaidades
Não sei se me perdi
Por ter receios
Não sei se me perdi
Por ter coragem
Não sei se me perdi
Em mil enleios
Ou se me confundi
Com uma imagem
Não sei se me perdi
Se me encontrei
Não sei o que perdi
Ou que ganhei
Só sei que resisti
Que acreditei
E sei quanto senti
Felicidade
Não sei se me perdi
Se estou perdido
Não sei se me perdi
E é verdade
Não sei se me esqueci
De ter vivido
Mas sei que já morri
Por ter saudade.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Não vejo que morreste
Nem sei por que vou por aí
Chove e tenho sono
Estou doente
Não busco nada
Nem luz nem saúde
Nem significado
Devia estar em casa
E estou na rua
Devia estar vivo
E estou a morrer
A passos largos
Para o teatro na escuridão
Devia regressar
Retroceder
Mas não o faço
Nunca o fiz
Como nunca dei valor
A ser feliz
Passo pelos monumentos
E não os vejo
Pelos sítios onde havia monumentos
E não vejo que os tiraram
Pela casa onde moravas
E não vejo que morreste.
Chove e tenho sono
Estou doente
Não busco nada
Nem luz nem saúde
Nem significado
Devia estar em casa
E estou na rua
Devia estar vivo
E estou a morrer
A passos largos
Para o teatro na escuridão
Devia regressar
Retroceder
Mas não o faço
Nunca o fiz
Como nunca dei valor
A ser feliz
Passo pelos monumentos
E não os vejo
Pelos sítios onde havia monumentos
E não vejo que os tiraram
Pela casa onde moravas
E não vejo que morreste.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Mulher bonita
O que é uma mulher bonita?
Toda a gente sabe
Mas quem o sabe dizer?
Não és completamente real
E do real
A minha ilusão é imperfeita
Reconheço em ti
A parte que devasso
Até ver que o faço
Sob suspeita
Por te ter aqui.
Toda a gente sabe
Mas quem o sabe dizer?
Não és completamente real
E do real
A minha ilusão é imperfeita
Reconheço em ti
A parte que devasso
Até ver que o faço
Sob suspeita
Por te ter aqui.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Sedutora
Trazes nas mãos
Campos de flores
Sem fim
De leitura repreendida
Séculos de dissabores
Do saber da vida
Corpo sonhado
De amor mais nu
Que um livro ignorado
Que sonho és tu?
Campos de flores
Sem fim
De leitura repreendida
Séculos de dissabores
Do saber da vida
Corpo sonhado
De amor mais nu
Que um livro ignorado
Que sonho és tu?
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
A força do vento
Sobre as águas tristes do lago
O pálido clarão da tarde de Inverno
Lembra-me a mais triste de todas
Algures na Primavera
Ou no Verão
Ou no inferno
Num pano de fundo viscoso
E macerado
O cheiro a pólvora queimada
No ar estagnado
E o poeta
Como uma esfinge morto
De um único pensamento
estava absorto
Com a força do vento.
O pálido clarão da tarde de Inverno
Lembra-me a mais triste de todas
Algures na Primavera
Ou no Verão
Ou no inferno
Num pano de fundo viscoso
E macerado
O cheiro a pólvora queimada
No ar estagnado
E o poeta
Como uma esfinge morto
De um único pensamento
estava absorto
Com a força do vento.
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