quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Beijos que te quero dar
Os teus olhos são o riacho emboscado
Onde hortelãs selvagens proliferam
O Verão feliz que não voltei a ter
Os reflexos que me deram
A imagem do que quero ser
Esta cidade não é
O chão luxurioso
De açafrões e margaridas
À espera do vento
Para se polinizarem
Mas a noite é
Desse tempo
De luar e água
Se casarem
Sofri
Mas valeu a pena
Pelos desejos imensos
Que aprendi
A não saciar
Pelos beijos
Que te quero dar.
domingo, 29 de dezembro de 2013
Mundo em ruínas
Perdoem-me se rio
Enquanto caminho
No mundo
Em ruínas
De mãos dadas com uma mulher
Que resplandece
Perdoem-nos esta vontade
De viver
Galgando
Sonhos
Desfeitos
Até aos cumes do que acontece.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
As coisas não têm de ser como são
A primeira vez que
pus música
Onde só havia
silêncio
Foi como a primeira
vez que
Numa rua sem vivalma
Pus personagens a
circular
Para me convencer
De que as coisas não
têm de ser
Como são
Onde havia uma casa
fechada
Abri uma confeitaria
E onde havia nada
A entrada
À poesia
A uma mulher que ia
À sua vida
Com duas tempestades
E a mesma escuridão
Nos olhos
Vi relâmpagos divinos
Na noite
De amor
Num deserto
Que nos escutava.
domingo, 22 de dezembro de 2013
Este Natal
Este Natal está ainda
mais cheio
de memórias
mais vazio de
riquezas
perdidas
mas o meu coração
está onde está
o meu tesouro
não as minhas
certezas
este Natal está ainda
mais cheio
de incertezas
e isso dá-me
esperança
num mundo em que as
pessoas
parecem senhores
de uma verdade
triste.
domingo, 15 de dezembro de 2013
Vocês já viram
A rua sem cidade
o caminho do
princípio
ao fim do mundo
a concavidade
dos pensares
das florestas
do deserto
dos sentires
a sinuosa linha
do seres
entre o longe e o
perto
saberes
as aves à espera
de um dia ainda
mais longo
que a noite
quantos morreram
sem que nada mudasse
o registo de tudo
na face da terra
que é a nossa face.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Não mates o poeta
Como o douro sente
As margens alagadas
Do céu
Não impeças a terra
De se exaltar
Na luz
Amparado
Por sabermos
Que não seremos os
melhores
Dos que passaram
Não mates o poeta
Que resta
E não encontraram.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Vejam como o tempo passa
De alguma janela
Se avista
Algum lugar perdido
Para sempre
O olhar
Se escusa
Ferido
Com o tempo
Se fecha
O tempo
Quanto mais não seja
Passa
Não passa?
Não o vejo!
sábado, 7 de dezembro de 2013
Sei
Sei o imenso sol laranja
Seio que roça a minha face
Aos poentes fatais
Me engano eu
Que nada mais
Me engana
O brilho dos teus olhos doces
O fogo entre nós
Funde-nos como se fosses
A boca da minha voz
Sei os
Teus seios
Na paisagem desfocada
Das respostas difíceis
Às interrogações da luz
Mas não sei o peso
Das palavras que digo
Depois de ser salvo
Por esse silêncio
Desconhecido.
Seio que roça a minha face
Aos poentes fatais
Me engano eu
Que nada mais
Me engana
O brilho dos teus olhos doces
O fogo entre nós
Funde-nos como se fosses
A boca da minha voz
Sei os
Teus seios
Na paisagem desfocada
Das respostas difíceis
Às interrogações da luz
Mas não sei o peso
Das palavras que digo
Depois de ser salvo
Por esse silêncio
Desconhecido.
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