Olhos de água pura
estrelas da minha noite
onde estais
últimas flores de abril
sentinelas do meu coração
janelas abertas
do meu desejo
de pegar
na tua mão.
Bendito o teu olhar
Que fulge
Sobre tudo o que há escrito
Tens um ar
Bendito
Atrevo-me a pensar
Volupto
Mas não o tenho dito
Porque me tremem
Os lábios
Quando te fito
Não posso dizer
Simplesmente
Vem
É o que sinto
O mundo não está preparado
Para a felicidade
Continuarei a pensar
Em marcar um encontro contigo
À entrada do paraíso.
Onde houver poema
por dizer
eu vou
cantar
quanto precisamos de perder
até ganhar
sobre as vagas
memórias
do nosso mar navegam
muitas histórias
por contar
quanto precisamos de viver
até parar
a paixão que faz acontecer
e faz sonhar
de quantas partidas
sem regresso
é a saudade
quanto precisamos
de sucesso
p’ra felicidade.
Amo o que aprendo a sentir
sem medo
da noite
cair
do meu ser
para a madrugada
antes de ser saudade
depois de ser sonho
de verdade
não existe nas coisas
mas gostava que existisse
íntima
como o teu ventre
florisse.