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sábado, 21 de janeiro de 2012

Sem filosofia



E como eu e como tu
dizia ela
há pessoas que se dizem
mortas
e há pessoas que dizemos
vivas
sem coração
janelas absortas
de casas voadoras
de altivas portas
nos tempos
e contratempos
da imaginação
como eu e como tu dizia
sem filosofia.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Viagem sem fim



Nos tempos que correm
não é
como nos tempos que
não corriam
parar é 
morrer
correr é morrer 
mais depressa
os tempos
não correm
essa é que é essa
viver é 
para quem começa.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O céu e a terra

  
O céu e a terra não te são suficientes
mas terás de te conformar?
O presente não é tudo o que precisas
e o passado continua a assombrar?
O futuro não te deslumbra mais
mas há razões para esperar?
Sentes que tudo poderia ser melhor
mas estás a sonhar?
Não perdeste tudo o que tinha valor
e tens muito para recordar?
Sabes distinguir uma pessoa de um objecto
Ou continuas a tactear?
Não compreendes nada do que acontece
mas fazes por te orientar?
Os acontecimentos ultrapassam-te
E não os consegues acompanhar?
Tudo pode ser melhor
mas a tendência é para piorar?
Há quem diga que está tudo como sempre
mas tu poderás mudar?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sem tocar-te


Sem tocar te sinto e
em te pensar
tanto
ou mais que
ao ver
só de imaginar tocar te quero ter te amar.


sábado, 10 de dezembro de 2011

Não é segredo para ninguém


A teoria da felicidade
Não é segredo para ninguém
Mas quem sabe
Ser feliz
Quem
Com lágrimas de saudade
Sem pensar
Se é verdade
Fala aos astros
Da alegria do canto
Dissipando nuvens
Acenando
Sem perguntar
Se é errado
Ninguém está perdido
Ou achado
Ao sentir sem sentido
E sem culpa
O tempo esquecido
Em algum lugar
Em nenhum lugar
Em todo o lugar
Em qualquer lugar.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Também és bela



Esta chuva é perfume
vida
intransponível
bela

como ela

tu
amada
terra
de memórias
cercada
é o que sonho
não o que preciso.



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A cultura dá-te asas



Dizem que te pende um pouco
o nariz
que te pesa no rosto
o olhar
que curvas ligeiramente
a cerviz
ao carregar
com o mundo
às costas
com as perguntas
e as respostas
a cultura dá-te asas
quando lhe dás a mão
compreendeis tudo e todos
com razão.





quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A vida mata



Por aqui
os gatos miam
os pássaros cantam
o rio corre
e o vento passa…

não vejo ninguém feliz
e a felicidade perdeu a graça
por aqui
neste lugar tão belo

um castelo
do imaginar ao fazer
a distância do acontecer
uma vida
muito comprida…

nada está perdido
por aqui
só o sentido

as intenções é que são
uma ameaça

o saber é sabido
ser
ou não ser
amigo.