O poeta declara por sua honra
Que não sabe
Onde ouvirás sinos de palavra
Se nos sulcos de mãos limpas
Ou se é pouco ou nada estares
Disponível para azares
Se não os procurares
Que por envergares traje
E barrete napoleónicos
Ainda menos figura fazes
Do que uma cavalgadura
Que quem espera ser servido
Só conhecerá os manjares
Do que é requerido
Se o esperar é muito mais
Que o desdenhar
Incomparável é procurar
Que ao sábio se consinta
Invocar cepticismo
E que aos demais
A ignorância
Seja tolerada…
… … … … …
sexta-feira, 22 de maio de 2009
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Nós hoje
Órfãos de alguma espécie de apostolado
Estamos cercados
De falas
Como é difícil ao espectro
ficar calado!
Como é difícil ao espectro
Dizeres que o calas!
Como é difícil ao dinheiro
Não o gastar
A um poluente
Não o usar
Não ter uma sombra
E monologar
A campo aberto
Merdar!
Como é difícil estar certo
Não querer
Moeda falsa
Para poder
Ofertar!
Trabalhar cansa
E não acaba!
Se a vida não se vence
Para quê lutar?
Dai-me a luxúria
Sem corpo
Da ideia
Vazia
Ou o eco
Dos limites.
Estamos cercados
De falas
Como é difícil ao espectro
ficar calado!
Como é difícil ao espectro
Dizeres que o calas!
Como é difícil ao dinheiro
Não o gastar
A um poluente
Não o usar
Não ter uma sombra
E monologar
A campo aberto
Merdar!
Como é difícil estar certo
Não querer
Moeda falsa
Para poder
Ofertar!
Trabalhar cansa
E não acaba!
Se a vida não se vence
Para quê lutar?
Dai-me a luxúria
Sem corpo
Da ideia
Vazia
Ou o eco
Dos limites.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Desafios
As árvores de braços caídos
Sem vontade de céu
Onde estão
Rendidos
A uma paz de enterro
Que nos atormenta
Na fragilidade
De névoa matinal
De uma paisagem
Que flutua
Sobre tantos desafios
Uma haste
E uma bandeira a meio
Ladejando a estrada
Não sou eu que penteio
É o vento
Que agita a sacada.
Sem vontade de céu
Onde estão
Rendidos
A uma paz de enterro
Que nos atormenta
Na fragilidade
De névoa matinal
De uma paisagem
Que flutua
Sobre tantos desafios
Uma haste
E uma bandeira a meio
Ladejando a estrada
Não sou eu que penteio
É o vento
Que agita a sacada.
domingo, 26 de abril de 2009
Com vistas para o Tejo
E chegou uma carripana
Com altifalantes
E desenhos de bichos
Nunca vistos
Iam contar a história de umas fantasmagorias
Com vozes distorcidas
Chamadas “uquês”
Eu estava à tua espera
Com a bonomia
E a felicidade
De um apaixonado
Mas não estava nas nuvens
Percorri quatrocentos quilómetros
Até Lisboa
Para te abraçar
E estar contigo
(Quem nunca se apaixonou
Não percebe o que digo)
Tu tinhas percorrido mil
E quando chegou o momento
Do nosso abraço
Nada se desmoronou
Nem o vento ganhou asas
Num exíguo espaço
Na pequena sombra
Entre duas casas
Com vistas para o Tejo
Numa rua torta
Quis o tempo
Ser essa tarde
E sem chave
Abrir a porta.
Com altifalantes
E desenhos de bichos
Nunca vistos
Iam contar a história de umas fantasmagorias
Com vozes distorcidas
Chamadas “uquês”
Eu estava à tua espera
Com a bonomia
E a felicidade
De um apaixonado
Mas não estava nas nuvens
Percorri quatrocentos quilómetros
Até Lisboa
Para te abraçar
E estar contigo
(Quem nunca se apaixonou
Não percebe o que digo)
Tu tinhas percorrido mil
E quando chegou o momento
Do nosso abraço
Nada se desmoronou
Nem o vento ganhou asas
Num exíguo espaço
Na pequena sombra
Entre duas casas
Com vistas para o Tejo
Numa rua torta
Quis o tempo
Ser essa tarde
E sem chave
Abrir a porta.
sábado, 25 de abril de 2009
Você
Você é meu tema
Sem segredo
E sem pecado
Apócrifo
Poema
Desalinhado
Você rachou
O esquema
Rasgou
O traçado
E me deixou
Desorientado
Fazendo rimas
Como um disco
Riscado.
Sem segredo
E sem pecado
Apócrifo
Poema
Desalinhado
Você rachou
O esquema
Rasgou
O traçado
E me deixou
Desorientado
Fazendo rimas
Como um disco
Riscado.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Cansado
Neste acesso de febre alta
Esqueço tudo em delírio
O mundo que tão pouco conheci
E de cujas guerras e dramas desisti
Que sempre ignorei de soslaio
E até o que
Do mundo sempre elegi
Do passado os mitos e os heróis
Modelos que nos humilham aos nossos olhos
Mas que pretensamente
Nos engrandecem aos olhos estrangeiros
Do presente as vacuidades
Mais benévolas possíveis
De preferência aromáticas
E afrodisíacas
E laxantes
Que inebriem sem as sequelas
Das drogas
O que penso (e o que
Não sei se) me importa
Não sei qual é pior
Se o cansaço do que não faço
Se estar cansado
De estar cansado
Ou se
Estar cansado de descanso
Cansado de remanso
Da monotonia da beleza
E serenidade
Da natureza
De ouvir (já nem ouço)
Os pássaros
De olhar (já nem olho)
Para o céu estrelado…
Do bem que me fazem
E da saúde que tenho
Me cansa o prazer
De tudo bom ter
Me cansa não sentir até
Necessidade de o dizer.
Esqueço tudo em delírio
O mundo que tão pouco conheci
E de cujas guerras e dramas desisti
Que sempre ignorei de soslaio
E até o que
Do mundo sempre elegi
Do passado os mitos e os heróis
Modelos que nos humilham aos nossos olhos
Mas que pretensamente
Nos engrandecem aos olhos estrangeiros
Do presente as vacuidades
Mais benévolas possíveis
De preferência aromáticas
E afrodisíacas
E laxantes
Que inebriem sem as sequelas
Das drogas
O que penso (e o que
Não sei se) me importa
Não sei qual é pior
Se o cansaço do que não faço
Se estar cansado
De estar cansado
Ou se
Estar cansado de descanso
Cansado de remanso
Da monotonia da beleza
E serenidade
Da natureza
De ouvir (já nem ouço)
Os pássaros
De olhar (já nem olho)
Para o céu estrelado…
Do bem que me fazem
E da saúde que tenho
Me cansa o prazer
De tudo bom ter
Me cansa não sentir até
Necessidade de o dizer.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Nas estrelas dos teus olhos
Nas estrelas dos teus olhos
Brilhos de solidão sem fronte
E sem trono
Pedem motivos sem explicação
A quanto vale o que adoras
Se mau grado ao visível confias
Ou se
Bom grado o invisível
Não trocas por nada
O que não é teu
Faz-te falta não te perderes em medos
De não existência
Do que te criou
Que para te abandonar
Tivesse morrido
A angústia de filho tranca-se
À interrogação do que pode ser
A angústia de pai.
Brilhos de solidão sem fronte
E sem trono
Pedem motivos sem explicação
A quanto vale o que adoras
Se mau grado ao visível confias
Ou se
Bom grado o invisível
Não trocas por nada
O que não é teu
Faz-te falta não te perderes em medos
De não existência
Do que te criou
Que para te abandonar
Tivesse morrido
A angústia de filho tranca-se
À interrogação do que pode ser
A angústia de pai.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Lua no fundo do tempo zero
Vejo florescer as árvores
na praça etérea
de um chafariz mortiço
da memória
se houvesse um centro
na minha noite
essa noite seria a minha história
e o centro seria a tua
penumbra
da lua
que ao nascer do dia
amua
e deslumbra
sem solução
de continuidade
da solidão
do princípio ao fim
do tempo zero
ainda que eu nada faça
(espero)
os universos movem (-se)
por mim.
na praça etérea
de um chafariz mortiço
da memória
se houvesse um centro
na minha noite
essa noite seria a minha história
e o centro seria a tua
penumbra
da lua
que ao nascer do dia
amua
e deslumbra
sem solução
de continuidade
da solidão
do princípio ao fim
do tempo zero
ainda que eu nada faça
(espero)
os universos movem (-se)
por mim.
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