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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O rosto


De que          falamos 
quando 
                       falamos 
de              amor
de que ponto 
da nossa natureza
                  quando 
o amor fala
estamos 
suspensos de         
que bem
lembrados
de que alianças
e esperanças?



domingo, 3 de janeiro de 2016

O que importa e o que não



Dos olhos inundados
do momento
estremece
pensativa
a profundidade
do mar
na garganta
da vida
a afagar
a saudade.


domingo, 27 de dezembro de 2015

A danada da poesia


A danada da poesia
(como é danada)
água
(nunca estagnada)
em todo o lugar
tudo cria
(e tudo estraga)
penetra até ao fogo da terra
e queima
sobe até ao frio dos céus
e gela
pelo caminho ameno
anela
e silencia
para que se ouça o acontecer
desta feita 
a poesia
(indisposta com o simulacro)
do Natal
que ama os bons
meteu-se com os que se fazem passar
por bons
(que odeia)
e acha que é imperioso ouvir mais
os outros maus
(que odeia menos que aqueles)
que não querem enganar.


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Se chegares


Porque o amor não é 
a mais vulgar das felicidades
é sobreviver à derrota
e ter alguma ilusão temporária
do perpétuo
o que sabemos é uma fonte
e o que temos
um baralho
de máquinas ruidosas
que destroem 
vertiginosamente
para serem úteis 
aos mortos que não pensam
nem sentem
porque o amor é 
a incompreensível verdade
que nos desgosta 
tanto
que nos mata 
de saudade
sem esperança
a mais vulgar das felicidades
não existe.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

sábado, 7 de novembro de 2015

Não sou daqui


Quando morro
nunca 
é para sempre
já morri mil vezes
mil
e o que me liberta
é sempre
 a mais insuspeita
das insignificâncias
talvez a foz de um rio
onde há um porto
que é lisboa
em mim
a partir
de antigamente
para sempre
porque sim.


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Sentirás

O sol tem um caminho
o poeta não
vai à aventura
e quando a memória
não ajuda
pede ao futuro
que  não se repita
a história
o poeta dá
ao presente
a voz
de quem não grita
mas sente
a razão
mais que a dor
dos nós
da mentira
o tempo silencia
mas o poeta
canta
o amor
que levanta
maior
mais que grande
o poeta
expande
bem de todos
a força da palavra
que a todos aproveita.