sábado, 9 de janeiro de 2016
domingo, 3 de janeiro de 2016
O que importa e o que não
Dos olhos inundados
do momento
estremece
do momento
estremece
pensativa
a profundidade
do mar
na garganta
da vida
a afagar
a saudade.
a profundidade
do mar
na garganta
da vida
a afagar
a saudade.
domingo, 27 de dezembro de 2015
A danada da poesia
A danada da poesia
(como é danada)
água
(nunca estagnada)
em todo o lugar
tudo cria
(e tudo estraga)
penetra até ao fogo da terra
e queima
sobe até ao frio dos céus
e gela
pelo caminho ameno
anela
e silencia
para que se ouça o acontecer
desta feita
a poesia
a poesia
(indisposta com o simulacro)
do Natal
do Natal
que ama os bons
meteu-se com os que se fazem passar
por bons
(que odeia)
e acha que é imperioso ouvir mais
os outros maus
(que odeia menos que aqueles)
que não querem enganar.
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Se chegares
Porque o amor não é
a mais vulgar das felicidades
é sobreviver à derrota
e ter alguma ilusão temporária
do perpétuo
é sobreviver à derrota
e ter alguma ilusão temporária
do perpétuo
o que sabemos é uma fonte
e o que temos
um baralho
e o que temos
um baralho
de máquinas ruidosas
que destroem
vertiginosamente
para serem úteis
aos mortos que não pensam
nem sentem
porque o amor é
a incompreensível verdade
que nos desgosta
tanto
que nos mata
de saudade
sem esperança
a mais vulgar das felicidades
não existe.
terça-feira, 17 de novembro de 2015
sábado, 7 de novembro de 2015
Não sou daqui
Quando morro
nunca
é para sempre
é para sempre
já morri mil vezes
mil
e o que me liberta
é sempre
a mais insuspeita
das insignificâncias
talvez a foz de um rio
onde há um porto
que é lisboa
em mim
a partir
de antigamente
para sempre
porque sim.
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
Sentirás
O sol tem um caminho
o poeta não
vai à aventura
e quando a memória
não ajuda
pede ao futuro
que não se
repita
a história
o poeta dá
ao presente
a voz
de quem não grita
mas sente
a razão
mais que a dor
dos nós
da mentira
o tempo silencia
mas o poeta
canta
o amor
que levanta
maior
mais que grande
o poeta
expande
bem de todos
a força da palavra
que a todos aproveita.
sábado, 3 de outubro de 2015
Tanto tanto doer
Me dói esta voz
de tanto cantar
as mãos e os dedos
de tanto tocar
me dói a guitarra
de tanto agarrar
a vida me dói
de tanto morrer
me dói o silêncio
de tanto escutar
o tempo e a cabeça
de tanto pensar
me dói o sonho
de tanto acordar
tudo me dói
de tanto não ser
me dói o que é bom
de tanto esperar
me dói a promessa
de tanto fazer
me dói o gosto
de tanto provar
me dói o prazer
de tanto viver
me dói o dia
de tanto nascer
me dói os rios
de tanto mar
me dói o céu
de tanto olhar
me dói dizer
de tanto calar
me dói ser
de tanto amar
me dói querer
de tanto ser
me dói não ter
o prazer de te comer.
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