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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Não mates o poeta


Como o douro sente
As margens alagadas
Do céu
Não impeças a terra
De se exaltar
Na luz
Amparado
Por sabermos
Que não seremos os melhores
Dos que passaram
Não mates o poeta
Que resta

E não encontraram.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Vejam como o tempo passa



De alguma janela
Se avista
Algum lugar perdido
Para sempre
O olhar
Se escusa
Ferido
Com o tempo
Se fecha
O tempo
Quanto mais não seja
Passa
Não passa?
Não o vejo!

sábado, 7 de dezembro de 2013

Sei

Sei o imenso sol laranja
Seio que roça a minha face
Aos poentes fatais

Me engano eu
Que nada mais
Me engana

O brilho dos teus olhos doces
O fogo entre nós
Funde-nos como se fosses
A boca da minha voz

Sei os
Teus seios
Na paisagem desfocada
Das respostas difíceis
Às interrogações da luz

Mas não sei o peso
Das palavras que digo
Depois de ser salvo
Por esse silêncio
Desconhecido.

sábado, 30 de novembro de 2013

Nem tudo pode ser dito por palavras



Nem tudo pode ser dito por palavras
quando os teus olhos partem
o meu coração
para dizer-te quanto me agradas
bastasse um poema
bastasse esta canção

de amor
paixão
mas o silêncio às vezes diz
melhor
aquilo que nos vai na alma

nem tudo pode ser dito por palavras
quando o sentimento é mais
que uma ilusão
para dizer-te adeus 

tropeço
nas palavras
e espero que me dês a mão

meu amor
meu amor
não estou a dizer nada que não soubesses
 posso dar-te tudo o que mereces. 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Convite


Aceito o teu convite para ir a tua casa
Tomar café
Mas como estarás vestida?
E não aparecerá ninguém
(a cantar numa voz de ópera?)
Já te vi subir o pano
Como o suave sol de Maio
Sobe a colina
Faz-me ver grandes nuvens brancas
E temer adormecer
Sem o desejar.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Poema de aventura interminável



A vida pode não ser
aventura
do vivente
pode não ser
aventura de quem a vê
é sempre
de quem a pensa
fio de uma história
não tem fim
é sempre
o princípio de outra
não tem glória
nem triunfo
quem morre
quem vive
tem memória
e desejo
ilusões
que fazemos
ou não
verdadeiras questões.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Julgar o passado


Julgar é acto 
de consciência para julgar 
com acerto não basta ciência
é preciso mais do que tudo
ter juízo
cada cabeça sua sentença
mas o que importa
não é a sentença
é a justiça em causa própria
ninguém é juiz
se fazemos juízos
acerca do que fizemos
melhor faríamos
acerca do que não fizemos.



quinta-feira, 25 de abril de 2013

Cravos não são rosas


Cravos
não são rosas
cravados
crucificam
causam
dores
não são
flores
descravar cravos
liberta de dores
cravos flores
não cravam
nem descravam
não são verrugas
e cheiram
a liberdade
a quem a não tem.