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sábado, 7 de dezembro de 2013

Sei

Sei o imenso sol laranja
Seio que roça a minha face
Aos poentes fatais

Me engano eu
Que nada mais
Me engana

O brilho dos teus olhos doces
O fogo entre nós
Funde-nos como se fosses
A boca da minha voz

Sei os
Teus seios
Na paisagem desfocada
Das respostas difíceis
Às interrogações da luz

Mas não sei o peso
Das palavras que digo
Depois de ser salvo
Por esse silêncio
Desconhecido.

sábado, 30 de novembro de 2013

Nem tudo pode ser dito por palavras



Nem tudo pode ser dito por palavras
quando os teus olhos partem
o meu coração
para dizer-te quanto me agradas
bastasse um poema
bastasse esta canção

de amor
paixão
mas o silêncio às vezes diz
melhor
aquilo que nos vai na alma

nem tudo pode ser dito por palavras
quando o sentimento é mais
que uma ilusão
para dizer-te adeus 

tropeço
nas palavras
e espero que me dês a mão

meu amor
meu amor
não estou a dizer nada que não soubesses
 posso dar-te tudo o que mereces. 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Convite


Aceito o teu convite para ir a tua casa
Tomar café
Mas como estarás vestida?
E não aparecerá ninguém
(a cantar numa voz de ópera?)
Já te vi subir o pano
Como o suave sol de Maio
Sobe a colina
Faz-me ver grandes nuvens brancas
E temer adormecer
Sem o desejar.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Poema de aventura interminável



A vida pode não ser
aventura
do vivente
pode não ser
aventura de quem a vê
é sempre
de quem a pensa
fio de uma história
não tem fim
é sempre
o princípio de outra
não tem glória
nem triunfo
quem morre
quem vive
tem memória
e desejo
ilusões
que fazemos
ou não
verdadeiras questões.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Julgar o passado


Julgar é acto 
de consciência para julgar 
com acerto não basta ciência
é preciso mais do que tudo
ter juízo
cada cabeça sua sentença
mas o que importa
não é a sentença
é a justiça em causa própria
ninguém é juiz
se fazemos juízos
acerca do que fizemos
melhor faríamos
acerca do que não fizemos.



quinta-feira, 25 de abril de 2013

Cravos não são rosas


Cravos
não são rosas
cravados
crucificam
causam
dores
não são
flores
descravar cravos
liberta de dores
cravos flores
não cravam
nem descravam
não são verrugas
e cheiram
a liberdade
a quem a não tem.


sábado, 20 de abril de 2013

Tudo desaparece


Tudo desaparece
E eu
No escuro
Com as minhas fantasias
Que não são memórias 
Que memórias tenho poucas
De alguma luz
E pensamentos muitos
No meu barco a flutuar
Sem que o possa parar
Sem um destino 
Ou se o tiver
Não é meu
Nem sei
Que o meu destino
Se o souber
É que
Tudo desaparece 
E eu
Sou 
O que acontece 
À escala 
Minha e do barco em que vou
Que flutua mas não acorda
Nem adormece.


sexta-feira, 12 de abril de 2013

Há horas e momentos


Há horas e momentos
Que te sinto
Tão perto que te abraço
E tu não estás
E ainda assim
Imagino como és doce
Sorris 
E os beijos
Que és capaz

Há horas e momentos
Que te sinto
Tão longe mas tão certo
Que virás
Que canto e danço
E brinco
Como imagino
Que serás


Há horas e momentos
Que me sabem
À mínima distância
Entre nós 
Ir além de ti
O que separa
Nem tempo tem
Para o conseguir


Há horas e momentos
Que me sabes
Mais quente
Que a promessa
Que farás
Mais presente de futuro
Se a razão do tempo

Tanto faz

Há horas e momentos
Cruciais
Causa(dores) do universo
Em expansão
De tão plenos
Da falta que me fazes
Senão de ser humana
Esta paixão

Há horas e momentos
Tão profundos
Fechados em abismos
Tão carnais
Que a alma
Em ânsias de refúgio
Ecoa juramentos
Imorais

Há horas e momentos
Que contemplo
À sombra das aves
Que passarem
A solidão
Sem exemplo
Dos sonhos
Me abandonarem.