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sábado, 14 de abril de 2018

Já não sinto, nem penso, só sofro, mas resisto?

Se eu pudesse escolher sentir tudo o que pensasse seria enlevante como as arquiteturas mais ousadas que nos aquietam os ânimos numa interpretação do mundo que acreditamos já ter sonhado e temos diante de nós ainda melhor realizada. 
Mas todo o sentimento profundamente nosso parece suscitar imensa cobiça ou perturbação em redor, porque nos deixa exacerbadamente sensíveis a perturbações, tornando tudo mais insuportável.
Se eu pudesse escolher sentir, amava, amava tanto mais umas coisas quanto mais odiava outras…
Se eu pudesse escolher pensar não sei o que pensava, talvez pensasse em tanta coisa que não me interessava, mas como não posso escolher, penso que me interessa…
Se eu pudesse escolher fazer sei o que queria, mas não saberia fazer…
Se eu pudesse escolher dizer o que diria?

O mundo torna-se muito pequeno quando cais dentro de um buraco 
e só te resta esperar que alguém por acaso caia nesse buraco sem querer e te encontre.
A tua sorte é a fonte das maiores alegrias, 
mas saber lidar com isso pode ser um problema.
Não foi o mar que fez os barcos nem os barcos que fizeram o mar 
e os barcos engolem o mar de um modo muito mais interessante do que o mar engole os barcos. 
As palavras não são o que nos faz falar, 
as palavras são o que nos prende 
àquilo de que gostaríamos de dispor livremente.


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