II
Isadora Azur não se move por cortesia ou curiosidade
mas porque a poesia a convoca com verdade suficiente
para não querer sair:
“Há histórias que julgamos ler de fora
mas sem pedir licença elas passam a escrever-se por dentro.
Hoje acordei e percebi que já não sou leitora.
Sou personagem.
Mesmo que o enredo não saiba onde termina
há beleza em saber que, por um instante,
a ficção deixou de me proteger
porque começou a tocar-me.”
Carlos Ricardo Soares