Eu e Euclides não vivemos no mesmo mundo
Podemos
estar no mesmo planeta
Na
mesma sala
À
mesma mesa
Euclides
vive num mundo
Que
foi criado com subtileza
E
livro de instruções
E
acha que o único trabalho digno
É
aprender a seguir as instruções
Por
isso quando morrer vai para o céu
Ou
para o inferno ou para o purgatório
E
diz que eu não tenho escolha
Por
ter nascido no mundo impossível
Que
não foi criado
E
quando se nasce num mundo impossível
Não
se vive nem se morre
Eu
já
lhe disse que não sei nada do mundo dele
E
fico espantado como ele sabe tanto do meu
Apesar
de ser um mundo impossível
Euclides
diz que vive no melhor dos mundos
Eu
Compreendo
melhor o problema
De
vivermos em mundos diferentes
Eu
Crio
espaço
Euclides
cria o número
Eu
Crio
ambiente
Euclides
não quer saber
Fala
convictamente
E
chega a embaraçar
Ostentando
a chave
De
porta inexistente
O
meu mundo é construir liberdade
O
dele estala agoiro
A
partir de linhas imaginárias
Sobe
aos pináculos
Da
comoção
Mas
onde estou
Só
alcanço saber quem ousou
Ser
mais do que devia ser
E
o pôde fazer
Euclides
cedo aprendeu a fazer
O
que quer
Mas
ninguém ainda lhe ensinou
A
cumprir o seu dever
E
se me olha para dizer que
Eu
Faça
o que fizer
Não
faz sentido
Euclides
não é amigo.
Carlos Ricardo Soares
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