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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Crenças, narrativas, valores e poder

A militância dos ateus é tão ostensiva e hostil como anti pedagógica e tem pouco ou nada de científico.
De resto, enquanto os religiosos e os crentes têm narrativas e tábuas de valores, preceitos e doutrinas que enformam as sociedades e as instituições sociais, desde sempre, com um acervo de cultura reconhecidamente edificante da pessoa e do mundo, os ateus só têm para oferecer "a contestação", baseada na falta de fundamentos fácticos das crenças. 
Ora, é sabido que os crentes não têm nem defendem uma ciência de Deus. 
E se as religiões começaram por ser pseudociências de Deus, atualmente nem precisam de Deus para serem religiões, bastando-lhes serem ideologias cujo sistema de valores e doutrinas rivalizam diretamente com qualquer estrutura político-partidária. 
Hoje, as religiões já não são o que eram. A própria pressão científica obrigou à distinção entre crença em Deus e conhecimento de Deus. 
Crença todos podem ter, mas conhecimento nem por isso. 
O problema é quando o crente toma a sua crença como padrão de racionalidade para tudo o mais. Identicamente, o problema do ateu é adotar uma posição irredutível, sem saída para lado nenhum, puramente negacionista, quando a racionalidade aspira a muito mais e exige, largamente, muito mais.
Não me considero ateu nessa acepção. 
Acredito num Deus desconhecido, por mais contraditório e paradoxal que isto possa ser. 
Deus é um mistério paradoxal.
Os ateus não têm como evitá-lo e são eles próprios "um efeito, ou corolário" desse mistério.
Mas acreditam em coisas estranhas e inexplicáveis como o Big bang. Aquilo que explodiu. 
Que é que explodiu? Porquê? E os estados sucessivos da matéria? O que é a matéria?

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