Escrevo
à viva força
que as
palavras não me obedecem
e sem
eu querer por vezes
florescem
bem
mais do que confio
que
frutos dessem
o poema
acaba
sempre por ser
o que
não quero
uma
verdade
mas
que não
me agrada
uma
palavra que
para
desespero
se
atravessa
e
quebra a toada
o poema
fica
sempre
fora de mim
a fazer-me
sentir
prisioneiro
da
própria liberdade
o
mundo não é
lugar
recomendável
para
quem sonha
há
inquietação até
na
alegria
como se
não houvesse
inocência
nem nos
sacrifícios
para
deixar de ser
atormentado
pelo
mundo demónio
e carne
quando
me abandonaram
senti
que estava finalmente
livre
mas não
supus
nem
imaginei
sequer
por um momento
que
estivesse só
com o
silêncio dos meus passos
numa
visão irreversível
do
mundo vazio
sem ti.
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