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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mas do que gosto mais




Gosto de estar com a gente
De jogar e de viver
Simplesmente
Respirar
Andar pelo campo
E pela cidade
Gosto da alegria
E gosto de cantar
De recordar
Da volúpia de imaginar
E compreender
A tristeza
Do que já não existe
Da miragem
Do futuro
Mas não gosto de pensar
Que tudo
É triste
Até a liberdade
Em certos momentos
Não serve para nada
Talvez seja uma ilusão
A tristeza
Um erro
Mas do que gosto mais
É da ficção
Do meu desterro
O sofrimento de imaginar
Tantos sentidos agrilhoados
Por alguma razão
E ter como prémio
A solidão.



3 comentários:

Anónimo disse...

Vim e gostei
de ter vindo!

beijinho.
Isa

Tere Tavares disse...

Tantos conceitos a tramar os sentidos - só mesmo o gostar explica, sem deixar claro, que é bom ao menos sentir-se a gostar de algo. Parabéns Carlos.

Unknown disse...

Assistia a um filme antigo, Imitação da Vida. A certa altura Lana Turner, dispara: Se ele parasse, acabaria descobrindo como ele é triste.
A sentença me apaixonou.
Hoje, creio que é um belo resumo da sua poesia. E tanto ela, a frase, como a poesia incentivam-me à escrita. Obrigado.
Abraços.