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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Os meus poemas

Os meus poemas nem sempre iluminam
Nem sempre obscurecem
Os meus passos
Nem sempre sobem
Nem sempre descem
Escarpas
Escadas
A minha imaginação
Nem sempre se perde
Nem sempre me perde
Atalhos
O meu mundo nem sempre aparece
Nem sempre o reconheço
Recônditos de asas
Repouso
Um pouco por toda a parte
O meu diário nem sempre é aquilo
Em que escrevo
Nem sempre escrito
Nem sempre apagado
A minha aventura nem sempre no espaço
Poemas atraem
O futuro
O seu calor nem sempre mata
Ilha
No crepúsculo
Nem sempre
A montanha
Atrás de outra
Nem sempre perdi o cavalo
Nem sempre ouvi
Uivos.

4 comentários:

ania disse...

Nem sempre leio versos tão bem construídos e tão sensíveis...Parabéns Poeta! bjos..

Tere Tavares disse...

Nem sempre há incosistência na constância de quem escreve - aliás aqui sempre há consistência.
Abraço

Unknown disse...

Essa é a metáfora perfeita da função da poesia.
Apenas cantar, apenas dar cadência ao ritmo, às palavras e os sons que se formam, quase são afrontas à lógica, por obedecer a outro objetivo, mais distante, mais etéreo, desconhecido.
Um grande abraço amigo poeta.

Ana Guimarães disse...

Buscar é preciso, encontrar não é preciso.
Parabéns, Carlos, pelo primor de poema, emblemático da essência da poesia, como ressaltou o Djabal.
abraços