E chegou uma carripana
Com altifalantes
E desenhos de bichos
Nunca vistos
Iam contar a história de umas fantasmagorias
Com vozes distorcidas
Chamadas “uquês”
Eu estava à tua espera
Com a bonomia
E a felicidade
De um apaixonado
Mas não estava nas nuvens
Percorri quatrocentos quilómetros
Até Lisboa
Para te abraçar
E estar contigo
(Quem nunca se apaixonou
Não percebe o que digo)
Tu tinhas percorrido mil
E quando chegou o momento
Do nosso abraço
Nada se desmoronou
Nem o vento ganhou asas
Num exíguo espaço
Na pequena sombra
Entre duas casas
Com vistas para o Tejo
Numa rua torta
Quis o tempo
Ser essa tarde
E sem chave
Abrir a porta.
5 comentários:
excelência de sempre, poeta! ave!
Meu caro poeta, dessa vez fui iludido pela carripana, pelas fantasmagorias, pela bonomia e a felicidade do apaixonado, e esperei, apenas uma vez, um final feliz.
Fui contrariado no meu mau gosto, por um momento quis o lugar comum, talvez por precisar; fiquei melancólico ao ler a bela realidade, veraz e inapelável. Meus parabéns.
Carlos,
Como não peregrinar em veredas líquidas e navegar mesmo sem rumo?
Lindo poema, parabéns!
gostei do total das obras lindas poesias, os fantasmas sempre rondam os amantes, só é capaz de compreender, quem ama, boa noite
Paulo,
Djabal,
Tere
e
sueli,
com esta mudança de «alojamento» está um pouco demorado responder e agradecer a vossa solicitude e presteza, que muito valorizo, como sabeis. Mas vamo-nos adaptar ao novo formato de blog, não é assim?
Abraços.
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