Tudo deve ser visto
À distância que convém
A noite não acoita as luzes
Mas oculta os movimentos
Da maré a subir
E as estrelas cintilam
No escuro
Que é onde se podem ver
Por mais que nos separe
É a distância que torna possível
Olhar para um abismo
Que fica do lado de fora
Sem deixar de estar
Lá dentro
No interior de nós.
Carlos Ricardo Soares