Explicar é uma parte dos problemas que os humanos ousam enfrentar mas, com explicação, ou sem explicação, não podemos deixar de ir tocando
a vida para diante.
Quando Fernando Pessoa/Alberto Caeiro, no livro Guardador de Rebanhos, poema VII, escreveu "eu não tenho filosofia, tenho sentidos", disse mais sobre a sua filosofia do que sobre os seus sentidos.
Aliás, para Fernando Pessoa, explicar e compreender era talvez tão importante, ou mais, do que viver, apesar de, paradoxalmente, ter reafirmado e valorizado o contrário.
Quando Fernando Pessoa/Alberto Caeiro, no livro Guardador de Rebanhos, poema VII, escreveu "eu não tenho filosofia, tenho sentidos", disse mais sobre a sua filosofia do que sobre os seus sentidos.
Aliás, para Fernando Pessoa, explicar e compreender era talvez tão importante, ou mais, do que viver, apesar de, paradoxalmente, ter reafirmado e valorizado o contrário.
Para ele, tocar a vida
para a frente consistia em constatar e tentar explicar os paradoxos e as contradições dos discursos acerca da vida.
Carlos Ricardo Soares
1 comentário:
Pessoa sugere que o ato de pensar é diferido relativamente ao facto de sentir e que aquele, a filosofia, é algo disponível e voluntário, enquanto que os sentidos são uma condição acerca da qual o pensamento especula, mais ou menos acertadamente.
O que me parece é que, na verbalização dos sentidos, das sensações, dos sentimentos, está envolvida uma dinâmica do processo de pensamento e da linguagem que torna indissociável o sentir e o pensar como se um fosse o reflexo do outro, embora o poeta possa dar primazia a um ou a outro, em situações ficcionadas, como terão sido muitas no caso de Pessoa, tudo parece ter origem na imaginação e no pensamento, incluindo os sentidos e os sentimentos.
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