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terça-feira, 15 de março de 2011

Na rua do ocaso



Na rua do ocaso é proibido fazer
Marcha atrás
É obrigatório subir ao pináculo
E alcançar o horizonte
Que jaz
Em lutuoso habitáculo
Contornar a ideia de paz
Que a existir poderia ter sido ali
A muralha de melancolias aos pés
Todos os olhos para evitar tropeções
A derrocada vertiginosa do que és
Mas há uma saída
Airosa
À esquina da Travessa
Da memória engrandecida
Pela tua promessa.


2 comentários:

Unknown disse...

"Eu pergunto à Natureza
Segundo em seus filhos vejo
Por que fez o gozo anão
E fez gigante o desejo.
Bartrina."

Essa é a quadrinha que me colou à cabeça.
Resolvi escrever uma história a respeito dela.
Depois a passear nos meus locais de costume, encontro seus versos que dizem algo muito próximo, a respeito daquela esperança surgida da promessa.
Seu colega, o poeta Manoel de Barros, escreveu: "O poema é uma frase que te cala."
Foi o que você fez com a sua poesia. Abraços.

C. Cardoso disse...

Guardador (também) de memórias e das palavras. Daquelas que nascem na linha do horizonte poético.