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segunda-feira, 21 de março de 2011

As coisas não têm de ser como são



A primeira vez que pus música
Onde só havia silêncio
Foi como a primeira vez que
Numa rua sem vivalma
Pus personagens a circular
Para me convencer
De que as coisas não têm de ser
Como são
Mas como nós queremos
Onde havia uma casa fechada
Abri uma confeitaria
E onde havia nada
A entrada
À poesia
A uma mulher que ia
À sua vida
Com duas tempestades
E a mesma escuridão
Nos olhos
Vi relâmpagos divinos
Na noite
De amor
Num deserto
Que nos escutava.


3 comentários:

C. Cardoso disse...

Poema que faz lembras as falas de um teatro grego. O narrador apresenta as emoções. Num contraponto cadenciado. Lindo!

Tere Tavares disse...

Essas palavras-poema nos chegam como bálsamos de boas vindas ao dia, à vida.

Abraço

Unknown disse...

A música, personagem, confeitaria, poesia, tempestade, resultaram em relâmpagos divino na noite do deserto. E de novo o silêncio...
Grande abraço, meu amigo.