domingo, 2 de fevereiro de 2014
Sonhar quem és
Não chegarás a conhecer-te se não
Sonhares quem és nem pátria
Nem história te dirão nada
Do que vês
Nenhum poema será o poema
Da esperança de ser
A tua vez
A única verdade
Que a tua razão não é capaz
De ignorar completamente
Faz de ti infinitamente mais
Do que um oceano a quem falas
Como se fosse o teu irmão morto
Que tão pouco morreu
E sequer ouve
Quando o invocas por tu
E no eco da tua voz
Encontras as palavras perdidas.
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Perdi-me nas tardes de Verão
Desiste de procurar-me
Nem eu sei
Onde me perdi
Nas tardes de Verão
Onde perdi o livro
Que andava a escrever
Sobre as tardes de Verão
Em que me perdi
Antes de te encontrar
Se fosse numa ilha
Era fácil partir do princípio
De que só podia estar lá
Mas foi num continente
Que não existe
E nisto nunca irás acreditar.
sábado, 25 de janeiro de 2014
A alegria por mais pequenina que seja
Naquela altura
eu não sabia
do futuro
se ninguém sabia
nem de si
quanto mais de mim
e do futuro
que nem sequer existia
o que eu queria
era pouco
mas muito
quase tudo
para mim
cada dia
como o sol queria
uma montanha
para ir subindo
além
eu não seria capaz
de partir
por nenhuma razão
ninguém me prometeu
ou deu esperanças
nem eu
porque a esperança
não existia
existiam pessoas
como eu
e de esperança
só sentia
que a alegria
por mais pequenina que seja
é mais forte
que a maior desgraça
mas que também
fraqueja.
eu não sabia
do futuro
se ninguém sabia
nem de si
quanto mais de mim
e do futuro
que nem sequer existia
o que eu queria
era pouco
mas muito
quase tudo
para mim
cada dia
como o sol queria
uma montanha
para ir subindo
além
eu não seria capaz
de partir
por nenhuma razão
ninguém me prometeu
ou deu esperanças
nem eu
porque a esperança
não existia
existiam pessoas
como eu
e de esperança
só sentia
que a alegria
por mais pequenina que seja
é mais forte
que a maior desgraça
fraqueja.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Quando olho é como se já não visse
Quando olho é como se
já não visse
por ser tão longe e
tão profundo
o significado em que
tudo o que vejo
se tornou
nesta surpresa que
sempre procurei
quando acreditava que
o futuro
era o tempo de
realizar sonhos
que o presente então
ao meu esforço negou
eu olhava e era como se não visse
por não ser preciso
mesmo assim eu queria
ver
o significado em que
tudo se tornaria
o presente me dá
quase sem eu querer
quando olho como se
já não visse
o que desejava ver.
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
Tudo está errado
Fui feliz onde vivi
Cada momento como se não houvesse outro
Olho o que se me oferece
Não escolho ver
Para além do que conheço
Contemplo se me apetece
Se não
Está errado o que existe?
Está errada a forma
Como vemos
E como sentimos
E como pensamos
E como vivemos
Salvo erro
Tudo está errado
E é por isso
Que não podemos parar
De corrigir.
Cada momento como se não houvesse outro
Olho o que se me oferece
Não escolho ver
Para além do que conheço
Contemplo se me apetece
Se não
Está errado o que existe?
Está errada a forma
Como vemos
E como sentimos
E como pensamos
E como vivemos
Salvo erro
Tudo está errado
E é por isso
Que não podemos parar
De corrigir.
sábado, 11 de janeiro de 2014
Para que não se faça silêncio
Estamos à beira de qualquer coisa que não sabemos o que é
E não é noite
Fitamos o curso da vida e que aprendemos?
Com um sufoco de revolta na garganta
Não nos abraçamos
Ouvimos o canto dos pássaros
E blasfemamos
Temos as mãos próximas
E não as damos
Porque preferíamos que as estrelas
Não existissem
Tristes muito tristes vamos
Desconfiados das próprias sombras
Se amamos
Não nos lembramos
Se estamos vivos?
Estejamos
Porque temos medo
E raiva e ódio e desespero
A morte é pouco menos que isso
E arremessamos palavras
Para que não se faça silêncio.
E não é noite
Fitamos o curso da vida e que aprendemos?
Com um sufoco de revolta na garganta
Não nos abraçamos
Ouvimos o canto dos pássaros
E blasfemamos
Temos as mãos próximas
E não as damos
Porque preferíamos que as estrelas
Não existissem
Tristes muito tristes vamos
Desconfiados das próprias sombras
Se amamos
Não nos lembramos
Se estamos vivos?
Estejamos
Porque temos medo
E raiva e ódio e desespero
A morte é pouco menos que isso
E arremessamos palavras
Para que não se faça silêncio.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Conquistador
Recostei-me para pensar
Que os mansos dominarão a terra
E acabei deitado a falar sobre a morte
Para um gravador das câmaras
De vigilância da minha própria solidão
Dúvidas há quanto ao ressonar
Que se confunde com o desumidificador
Mas não quanto ao sonhar
Como um montanhista que tivesse caído
Pela garganta de um desfiladeiro
Ouvindo o desespero do próprio eco
E chorasse um choro verdadeiro
O momento em que falece
O conquistador
O momento da verdade
A derrocada estrondosa
De quantos quiseram impor
A sua vontade.
Que os mansos dominarão a terra
E acabei deitado a falar sobre a morte
Para um gravador das câmaras
De vigilância da minha própria solidão
Dúvidas há quanto ao ressonar
Que se confunde com o desumidificador
Mas não quanto ao sonhar
Como um montanhista que tivesse caído
Pela garganta de um desfiladeiro
Ouvindo o desespero do próprio eco
E chorasse um choro verdadeiro
O momento em que falece
O conquistador
O momento da verdade
A derrocada estrondosa
De quantos quiseram impor
A sua vontade.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Beijos que te quero dar
Os teus olhos são o riacho emboscado
Onde hortelãs selvagens proliferam
O Verão feliz que não voltei a ter
Os reflexos que me deram
A imagem do que quero ser
Esta cidade não é
O chão luxurioso
De açafrões e margaridas
À espera do vento
Para se polinizarem
Mas a noite é
Desse tempo
De luar e água
Se casarem
Sofri
Mas valeu a pena
Pelos desejos imensos
Que aprendi
A não saciar
Pelos beijos
Que te quero dar.
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