O tempo e os tempos na percepção, na emoção, no sentimento, no pensamento, no discurso, na exteriorização, na comunicação,
no ensino, na aprendizagem e na função da memória, nomeadamente, do esquecimento.
Cada um de nós, qualquer que seja a noção que tenhamos dos nossos tempos, de quais desses tempos possíveis utilizamos mais, ou predominantemente, viveu e
vive a seu modo, umas vezes passivamente, outras de modo intencional e direcionado, pelos mais diversos motivos, físicos, psicológicos, neurológicos, culturais, sociais, acidentais ou não, tempos
de interioridade e de exterioridade, de interação, de exteriorização, de comunicação, de mera percepção, ou de observação.
Exemplificando, o tempo de ouvir (sons, música, palavras) não é igual ao tempo de ver (objetos, signos, palavras, imagens, movimentos, cores, formas, relações
espaciais) nem é igual ao tempo de ler e descodificar. O tempo de pensar é ainda mais específico, com níveis e dinâmicas e exigências espaço-temporais muito particulares. Também
são diferentes os tempos de falar e de escrever, cada um destes tempos envolvendo formas e condições de aprendizagem diferentes.
Cada pessoa vive estes tempos de modo particular e singular, desde aqueles que nem sequer leem, ou escrevem, àqueles que se limitam a ver, falar e a ouvir, em contextos ligados
às necessidades práticas e básicas da vida.
Carlos Ricardo Soares
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