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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Perder de vista


Ao perderes de vista
O rio
Não inventes destinos
Nem sonhes origens
Que todos desconhecem
E não te apoquente a certeza
Mais do que a incerteza
Que te entristece
Existe o mar
E o socorro a náufragos
E sempre hás-de estar
Aonde chegarem as esperanças
Que a vida nunca é menos do que isso
Nunca é menos do que tudo
O que vem nos livros
Até a leitura de um poema que seja
Ultrapassa os limites da poesia
Que cai da borda da água
Porque o oceano não tem grades
E um barco não sobe escadas
Para o infinito
Não inventes o que não presta
Nem sonhes que perdeste
O que nunca tiveste
Ao perderes de vista
O rio.

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