Porque estes tempos não animam, mas sempre deixam vislumbrar o lado das desgraças, que não pode ser negativo, porque negativo é próprio da contabilidade humana e há mais mundo para além de nós, recordo o isolamento, nas maiores dificuldades,
de Luís de Camões, naquele espaço de Macau, um bocado de deserto e talvez uma gruta, com a Índia tão longe e, talvez, compadecendo-se daqueles que, sobrevivendo com Vasco da Gama, se demoraram mais de quatro
meses pelo Índico, numa viagem de regresso (Calcutá-Melinde) que, à ida (Melinde-Calcutá), demorou apenas 26 dias.
Os que não sobreviveram ao escorbuto e à loucura, tiveram uma viagem mais curta.
Mas não é a duração,
nem o espaço da viagem que dá mais razão à esperança ou à ilusão.
O ânimo não está tanto na perspectiva da continuidade quanto na da mudança para
melhor.
E outra não era a perspectiva de que estavam animados os navegadores, com Vasco da Gama, à cabeça.
Camões tinha a noção vívida de que a história do seu tempo, por não ser uma história de desgraças e de indivíduos sobreviventes, seria a melhor forma de os exaltar.
Camões tinha a noção vívida de que a história do seu tempo, por não ser uma história de desgraças e de indivíduos sobreviventes, seria a melhor forma de os exaltar.
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