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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Orquídea

Será como tu quiseres
E quanto imaginares
E me atreveres
Com os teus olhares

No altar do teu colo
Adoro e genuflecto
Para consolo
Te beijo o aspecto

Deixa-te levar
Na toada suave
Deixa-te tocar
Antes que o sonho acabe

Deixa-me levar-te
Fonte brota quente
Deixa-me exilar-te
Orquídea fremente

Será como disseres
Será como calares
Aceito o que me deres
Te dou o que aceitares

Sobre os teus lumes
Perco-me a morder
Curvas de volumes
Gritos de prazer

Anseio que mo dês
Como imagino dares
Na seminudez
A que chegares

E te vieres
E mo tirares
Sem te perderes
Nem transviares

Dos limites da loucura
Aos limites do prazer
Sem limites da ternura
Quando em ti amanhecer.

3 comentários:

Unknown disse...

Uma obra particularmente cara ao meu gosto pessoal. A atitude sensual associada à orquídea. De todas as plantas a mais cultivada, avançada, quase humana diria. Nada mais digna que a imagem escolhida. Diga digna, mas deveria dizer bela, alguém diria. E é verdade.Abraços.

Tere Tavares disse...

Uma vez se diagnostica as pétalas, em outra o viveiro, e em sucessivas outras, o jardim, onde se dobrará todo aquele que não prescinde de olhar - mas não só.
Parabéns Carlos.
Beijos

Luísa Nogueira disse...

Lindo poema, amigo, como só um poeta sabe fazer!
Luísa