Ao ensino importa adoptar as melhores estratégias e instrumentos
possíveis, para ser eficaz, na perspectiva dos objectivos e
finalidades pretendidas. Isto envolve a necessidade de conhecer
quando, como, para quê e quem aprende o quê.
Não me parece
que o sucesso/eficácia do ensino seja uma variável independente do
quando, como, para quê, quem aprende o quê. E vice-versa.
Não
obstante, no binómio ensino aprendizagem, se é relativamente
controlável, por parte dos professores, o elemento ensino, já a
aprendizagem é muito difícil e, em certos casos, praticamente
impossível de controlar. E, sendo tarefa e função do aluno, ela
varia imenso de aluno para aluno.
O ensino tem que se preocupar
se os alunos aprendem depressa ou devagar na medida em que deve
permitir que cada um possa aprender do modo que lhe der mais
jeito.
Quanto à avaliação das aprendizagens, o problema está
em reconhecer e classificar o trabalho desenvolvido e realizado, num
determinado período de tempo.
É na avaliação e nos seus
efeitos práticos que a escola não tem grande forma de evitar
discriminações.
É sabido que, até nos casos em que dois
alunos obtêm, ou lhes é atribuída igual classificação, isso pode
estar muito longe de significar que ambos aprenderam ou sabem o
mesmo. E não há uma relação muito directa entre o que é ensinado
e o que é aprendido. Diria que esta relação é muito complexa e
também fica largamente fora de controlo.
É preciso deixar que
aprenda depressa quem quer e pode aprender depressa, não se deve
impedir isso.
Quanto às questões da profundidade das
aprendizagens e do pensamento, sem dúvida que elas requerem tempo de
maturação, reflexão, experiência, prova, crítica, treino,
domínio. Haverá quem se ocupe disso, uns mais outros menos. Aliás,
também aqui, cada pessoa é um caso, cada curso é um caso e cada
profissão... A maior parte do ensino, se não está pensada para uma
aprendizagem "na óptica do utilizador", está estruturada
e funciona assim.
A própria divisão por disciplinas e por
especialidades também.
As pessoas, desde cedo, vão sendo
induzidas a "habitar casulos de significado e de sentido" e
constroem a sua racionalidade com os materiais disponíveis e segundo
soluções disponíveis.
É-lhes fornecida uma proposta de
aprendizagem que envolve algum tipo de problema, prático ou teórico,
para resolver e que, muitas vezes, é um problema de linguagem,
dá-se-lhes a resolução do problema, para aprenderem ou conferirem
a resposta que encontraram e o resto fica ao sabor da criatividade,
imaginação, solicitações, desafios, curiosidade, interesse,
gosto, circunstâncias, de cada um.
De resto, para conduzir um
veículo, usar um televisor, tomar um medicamento, aplicar uma lei,
obter o perdão dos pecados, o utilizador só precisa de saber um
restrito conjunto de coisas.
A esmagadora maioria da população
não aspira a mais, nem sente necessidade de mais. E não seria
viável, nem faria muito sentido, pretender fazer de cada indivíduo
um engenheiro de automóveis, ou de electrónica, etc. e, menos
ainda, porque seria absurdo, pretender que todo o indivíduo fosse
competente em todas as áreas teóricas e práticas do
conhecimento.
Os problemas são tantos e o trabalho a fazer é
tanto, para uma vida tão curta e tão chata que, se cada um for
fazendo aquela parte que lhe agrada mais ou lhe desagrada menos, em
função dos incentivos e gratificações disponíveis, já é
animador.
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
O ensino ao ritmo humano
quarta-feira, 30 de setembro de 2020
António Barreto diz que ainda não vimos nada
Todos os que pensam a história, pelo simples facto de a escreverem, reescrevem-na. E, se não a escreverem, repensam-na. Não há como evitar isto. A história nem é boa nem má, nem é bonita, nem feia, como a aldeia de uma velha cega, é o que é, o que se vê.
O António Barreto nunca esteve na perspectiva do observador isento, imparcial, objectivo, científico, e adoptou à partida a perspectiva transformadora, censória, rectificadora, correctora, interessada, militante, que lhe granjeou vantagens consideráveis, ou seja, de que foi bem compensado, para conforto da sua luta bem sucedida.
Embora comece por dizer "É triste confessar", e ninguém se confessa de actos, pensamentos ou omissões que lhe sejam favoráveis, ou abonatórios, porque isso não é confissão, refere-se, logo de seguida, aos revisores da história, como se estes não fizessem parte da história ou fossem mais fortes do que a história que ele parece preferir.
Um revisor da história, como o António Barreto, está na pior posição para criticar os outros revisores da história, se se limitar a censurar-lhes o intuito, ou os objectivos, ou a veleidade. E está na melhor posição para compreender que a história não é de quem a escreve ou reescreve, mas de quem a faz.
Por isso é que a história é como as obras de arte, é o que é (mas este “ser o que é” tem tanto, mais, ou menos, do que devia ser, do que podia ser e do que tinha de ser, como do que foi).
A interpretação que alguém se propuser desta trama descomunal, nada delicada e nada encadeada, cuja (ir)racionalidade desafia a inteligência dos deuses passados, presentes e futuros, qualquer que seja o ponto de vista, não permite profetizar, apesar de os comunistas serem demasiado proféticos, porque, a partir de um suposto passado, tudo, menos a história e o futuro, é suposto.
sábado, 19 de setembro de 2020
O amor da sabedoria e a medicina
O
amor da sabedoria foi e é um grande amor.
Esta paixão
revelou-se, para mim, o melhor antídoto contra outras
paixões.
Fosse por questões
de senso, de nexo, de coerência, de sentido, de valor, de
entendimento e de harmonia com quem me rodeava, a forma de haver
entendimento e harmonia com a catequista, o padre, as beatas e as
professoras, era reproduzir de cor e salteado o que eles
mandavam.
Havia outras pessoas, analfabetas (de escrever,
ler e contar), que me transmitiam a noção empírica de que todo
aquele teatro, à volta de uma escola e de uma igreja e, lá mais em
cima, na sede do concelho, o tribunal, o quartel e a esquadra da GNR,
era de tal modo simbólico e cifrado, para não dizer enigmático,
que tinha mais pena deles, com as suas plumas e vestes
ritualizadas, quando não cheios de jactância na hierarquia das
procissões coroadas de interminável e poderoso foguetório, do
que dos pedreiros cobertos de pó, a tossicar na taberna,
vítimas da silicose e do cancro do pulmão pela
sílica, enquanto os filhos deles, que eram meus colegas de
catequese e de escola, passavam fome e aprendiam a agradecer a Deus a
sorte que tinham.
As minhas dores e as minhas raivas e as
minhas frustrações, por mim e pelos outros (familiares, amigos…)
encontravam eco no conforto religioso das pessoas ignorantes que me
rodeavam, em casa, na aldeia, na catequese diária, fosse da escola
fosse da catequista, ou no castigo de algumas dessas pessoas que
exerciam a autoridade, com violência, sem necessidade de a
justificarem, fazendo recair sobre mim, criança, jovem, adulto, o
ónus de justificar a minha conduta.
Quando entrei na fase de
saber que o mundo não tinha começado quando nasci e que não era
apenas o meu quintal, a minha aldeia, paróquia, professora, e que
havia uma cidade, e médicos e farmácias e hospitais e depois, outra
e outra e oceanos e filmes, tudo era mais difícil de conciliar, mas
o amor da sabedoria, impaciente, tantas vezes cruel e ingrato, foi-se
mostrando vantajoso como uma arma de defesa pessoal, ou de defesa
geral, numa guerra.
A todas as tentativas, mais ou menos
reais, mais ou menos disfarçadas de ordem, ou simplesmente
perpetradas, de me conduzirem, ou subjugarem, ou ignorarem, ou
desprezarem, eu aprendi a perceber que a razão é a arma dos fracos
e que a sabedoria é como um grande exército de razões.
Esta
consciência, resultante de muito pensamento construído sobre o
pensamento e as ideias de tantos filósofos e pensadores e
escritores, permitia-me colocar um médico, ou um juiz, ou um
engenheiro, no seu lugar profissional, do mesmo modo que a
mineralogia, a zoologia, a botânica, a química, estavam nos
compêndios respectivos.
A minha passagem pelas ciências,
numa altura em que o país fervilhava por todo o lado e todo o tempo
era pouco para nós, jovens à procura de saber quem tem razão,
mostrou-me que a vida, a acção, a dinâmica, os desafios, os
combates, a adrenalina, não estavam numa bancada de minerais, ou num
laboratório de química, ou na exploração e conhecimento da
flora.
O carácter de urgência de certas situações,
altera as prioridades.
Havendo prioridades a considerar na
construção de um currículo académico, ou de um plano de formação
profissional, estas têm mais a ver com questões de ordem técnica e
prática, funcional, do que com razões de ordem teórica ou
filosófica.
Está fora de questão que um estudante,
qualquer que seja a função ou a profissão que venha a desempenhar,
só por ser estudante deva estudar tudo o que há para saber sobre
todos os domínios.
Outra
questão será: estará em melhores condições para abordar
clinicamente um humano, do ponto de vista das medicinas, um médico
robot, que só sabe de medicina (isto é possível?-esta era a
provocação de Abel Salazar), ou um médico humano?
Para
não me alongar, e deixando implícito muito do que poderia
explicitar, não acredito que um robot possa filosofar. Que, tomando
a realidade (que equivale ao que conhece) possa definir o ser tendo
em consideração: o ser como um poder ser que foi /um dever ser
(pelo menos quando falamos de ética) que é, e como ele, robot, quer
ou deseja que seja…
Mas o médico, enquanto homem, é um
filósofo que vive integrado num sistema de acção e de pensamento e
de valores que, em grande parte, já assimilou o que os sistemas de
cultura assimilaram ao longo da história. Este sistema de pensamento
e de acção é um sistema de linguagens e de lógicas, nomeadamente
matemática, cujo domínio varia muito de pessoa para pessoa e de
robot para robot.
Não
acredito que os robots decidam com base em valorações próprias,
que não sejam programadas por humanos, mas os médicos
fazem-no.
Neste
capítulo, por ex., se é indiferente para o mundo que uma pessoa
viva ou morra, já quanto à vantagem política e económica na sua
sobrevivência, ainda que enfermo, ou na sua morte, os médicos e a
indústria farmacológica e as tecnologias da saúde e todas as
profissões que dependem do tratamento das pessoas, tanto ou mais do
que os direitos fundamentais do homem e do cidadão, são um baluarte
e uma fortaleza, cujos interesses, quando mais não sejam, de facto,
garantem o respeito pela saúde e pelas vidas, por mais inúteis ou
absurdas que sejam do ponto de vista de qualquer filosofia, religião,
ideologia ou sistema de valores.
Carlos Ricardo Soares
sábado, 12 de setembro de 2020
A realidade e a razão
A realidade é expansiva, mágica, embrionária...abrange tudo o que existe (a realidade do que morre e do que não morre), razão, inteligência, conhecimento (aqui poderemos dizer que o que existiu e deixou de existir, conquanto seja conhecido, faz parte da realidade do conhecimento), linguagem, valores, comportamentos (a realidade dos comportamentos, que é imensa, é efémera, porque tem uma existência, a maior parte das vezes, instantânea, ficando dela, quando muito, a memória ou o registo fotográfico ou de vídeo, ou de relato...) o que se teve e já não se tem, ou se perdeu e o que se busca, caso exista ou venha a existir...enfim, a realidade do 1º segundo de tempo a seguir ao "big bang" não era nada daquilo que foi no tempo dos dinossauros, nem daquilo que foi no século XX, ou que é hoje.
Com este apontamento estou a ter um comportamento, a usar a razão e a linguagem e o conhecimento e estou a ampliar, a criar realidade.
Se, eventualmente, eu não tiver razão no que digo, nem por isso deixo de estar a criar realidade.
A realidade do conhecimento, baseada no uso da razão, está de tal modo ligada e intrincada com a realidade material e os comportamentos que, ao falarmos de sujeito de conhecimento e objecto de conhecimento, muitas vezes, estamos a falar da precedência da acção relativamente ao pensamento ou deste relativamente àquela.
A razão está para a experiência assim como esta está para aquela? Ter razão é o quê? E não ter razão? Quem tem razão?
Conheci um indivíduo que tinha razão, mas não tinha mais nada. E era acusado disso, de só ter razão...e fome. Conheci outros que tinham tudo, o que existia e o que viria a existir, mas não tinham razão. E também eram acusados disso.
A religião, muitas vezes, promoveu a razão da justiça e da solidariedade e do amor...Mas as suas premissas eram falsas.
A ciência da natureza descreve-a, verifica as causas e efeitos, quantifica-os, explica-os até ao ponto de dizer "isto é assim, porque acontece" ou, na geometria, "porque matematicamente é assim", pensemos no teorema de Pitágoras, mas não está a fazer mais do que constatar um facto.
Mas também podemos ter razão porque constatamos factos que são comportamentos, condutas, de pessoas que têm ou não têm razão.
E podemos ter razão, porque constatamos factos que são comportamentos, condutas, de pessoas, os quais não dependem de ter ou não ter razão.
Ter razão não é tudo e pode ser muito pouco, ou nada.
Nem tudo depende da razão. E nem todas as razões são boas.
Ser rico, saudável e feliz pode ser uma razão melhor para viver do que ser pobre, doente e infeliz.
sexta-feira, 28 de agosto de 2020
Equacionar a realidade
Mas não devemos intimidar-nos perante elas.
Quanto mais as respeitarmos, mais improvável será que elas nos traiam. Nada disto, porém, pode ser garantido por ti ou pelas palavras.
Temos de admitir que não controlamos tudo, aliás, é mais fácil controlar um automóvel do que conduzir um pensamento ou meras palavras .
Mas não te assustes com o poder das palavras.
Quanto mais as enfrentares, mais realidade descobrirás/construirás, porque elas são portas e janelas e cortinas e mapas dinâmicos que poderás abrir para ver onde tu também te vês a construir, a destruir ou a fazer nada.
Vou falar-te de equacionar.
Quando falamos ou escrevemos, se o fizermos voluntariamente, estaremos a equacionar ou a equalizar.
Equacionar é uma forma de pensar que não se satisfaz com a analogia.
Já pensaste como é raro encontrar duas coisas parecidas? E duas coisas iguais? Até poderíamos afirmar que não há duas coisas iguais, embora tenham as mesmas propriedades.
Equacionar obriga a distinguir o que for distinto, ou, pelo menos, a reconhecer o indistinto como uno.
Então, se tu disseres que A=B, estarás a falar de uma mesma realidade, A ou B, mas não de duas.
Equacionar levanta problemas que não existiam antes de equacionarmos e são problemas, não são fantasias.
Fantasia seria, por exemplo, dizeres que A=B, porque A está diante de um espelho e B é o seu reflexo.
Uma criança ingénua poderia dizer-te que A, diante de um espelho, continuaria a ser um A.
sábado, 22 de agosto de 2020
A filosofia tem sido muito maltratada (e ninguém merece). Um tempo sem paralelo
A filosofia não está à mercê do opinativo.
O opinativo tem feito um percurso de sucesso, por alguma razão, talvez boa.
As considerações críticas dos autores, não raro, assentam que nem uma luva neles próprios. Expostos a elas, não resistem minimamente.
Vivemos um tempo que não tem paralelo.
Debalde se invocam classicismos e cânones e profundezas e profundidades e retóricas de antanho…
Há mil anos quem tinha um olho era rei.
Hoje, quem tem dois olhos nem sabe o que é um rei e um rei não sabe o que é um olho, embora tenha dois.
Conhecemos facilmente o mundo de há mil anos.
E não faltam eruditos sobre o passado remoto, de há milhões de anos, incluindo o dos dinossáurios.
Mas não se encontram eruditos sobre os séculos XVII, XVIII, XIX, XX.
Embora de filósofo (médico, etc.) e louco todos tenhamos um pouco, a filosofia não está para o opinativo (bombástico) como o opinativo (bombástico) está para a filosofia.
A filosofia tem sido muito maltratada (e ninguém merece).
É da máxima importância, irmã mais velha (verdadeira sobrevivente ainda longe da maturidade) da ciência.
segunda-feira, 10 de agosto de 2020
Ela, sem cabeça, ele, sem coração
Há quem não tenha um membro, um dente, um olho…
Há quem não tenha estômago para certas coisas, quem não tenha ouvido, quem não tenha cabeça, porque a perderam, ou porque nunca a tiveram…
Há quem não tenha dois dedos de testa, unhas para tocar guitarra, canetas para a corrida, fibra, garra, talento, paixão, coragem, fé, inteligência, juízo, cérebro, governo, dinheiro, visão…
Mas o pior de tudo é não ter coração.
Por isso, devemos ir ao médico, de vez em quando, para ele verificar.
A cabeça até pode estar noutro lugar, que não em cima dos ombros. Quem não ouviu ainda: "onde é que tens a cabeça?". E o coração pode estar longe, preso a algum tesouro "o teu coração estará onde estiver o teu tesouro", possivelmente inacessível dentro de algum cofre forte.
Neste caso, o médico pode receitar umas drogas para esquecer o tesouro. Aos poucos o coração recomeçará os batimentos no lado certo.
Assim sendo não é bom ter um tesouro.
Pelo menos, não é bom que esteja longe e, se já tiver passado a fronteira para o outro mundo, o pior que pode acontecer é rogar a deus que "tão cedo de cá me leve a ver-te, quão cedo de meus olhos te levou".
E não estou a brincar. Camões não era para brincadeiras, sabia o que escrevia.
domingo, 2 de agosto de 2020
A melancolia e a palavra melancolia
A melancolia, antes de mais, é uma palavra. Aqui, deixa de ser subjectiva.
A linguagem tem a virtude de objectivar o subjectivo e o defeito de não comunicar o subjectivo. A dificuldade de comunicar, em grande parte das vezes, está em que, ao fazê-lo, o subjectivo deixa de o ser, porque a linguagem não é subjectiva.
Suspeito de
que um dos trunfos da comunicação científica para ter eficácia
resulta do uso de uma linguagem descontínua (ou digital).
De
igual modo, a eficácia que a comunicação corrente procura depende
e exige o uso de uma linguagem contínua (ou analógica), que não
existe, porque a linguagem é descontínua (ou digital).
Suspeito
de que estas hipóteses sejam revolucionárias, como o foram os
primeiros estudos e descobertas sobre a perspectiva.
A realidade
observada através de um espelho com uma área de 50 cm2, pode ter
uma área de muitos Km2.
E podemos pintá-la (representá-la) num quadro a qualquer escala.
Uma das maravilhas da linguagem (não só da matemática) é que ela permite que percorras todos os labirintos e dês muitas voltas ao mundo e fales disso, sem saberes nada do que andas a fazer.