É interessante a ideia de que a ciência, o método científico, são um sistema de prevenção e de correção de erros e, tanto
ou mais do que isso, de exploração do mundo, a partir da imaginação e do conhecimento estabelecido.
Fica-se com a ilusão de que a ciência é o próprio mundo e não
apenas o conhecimento de uma faceta do mundo. E, no entanto, a ciência é apenas um ingrediente muito novo, recém-nascido, nesse mundo.
A ciência deslumbra por ser ela mesma expressão daquilo que, a todo o custo, quer expressar.
Já quanto a existirem “várias actividades humanas além da ciência, por exemplo, a arte, a religião ou a ética", diria que temos um
problema clássico de ordenação e classificação inerentes à condição humana de analisar, dividir, separar e juntar de novo com fronteiras, para não esquecer diferenças...
Em toda a feitura humana existe algum tipo de preocupação/razão/objetivo/preferência/capricho ...estético.
Qualquer objeto, desde um sapato à roda de uma carroça de brincar, até os mamarrachos, parecem obedecer a um qualquer gosto ou pretensão estética. A produção de objetos, de obras, de artefactos, não é alheia a algum tipo de racionalidade.
A valoração envolvida na arte, tantas vezes coincidente com a religião e o sentimento ético do artista, sofre, não raro, com a "desilusão" demolidora introduzida pela ciência.
Quando as
artes são uma forma de reforçar a "crença" ou o gosto que se tem, a ciência pode surgir como desmancha prazeres.
Estando a arte associada ao prazer, muitas vezes resta o prazer de apreciar somente a arte e não o "conteúdo".
Relativamente à religião, ela apresenta-se como algo totalitário, que não dá meças, nem à ciência, nem à arte, nem às outras religiões.
A religião é a grande esponja.
Não concordo que a ciência se deva submeter à ética.
À ética só devem submeter-se os comportamentos, as condutas humanas.
A ciência, como se verifica em manuais da especialidade, é eticamente neutra. Não se diz "deve ser" eticamente neutra. Ser ciência ou não nada tem de ético.
Estando a arte associada ao prazer, muitas vezes resta o prazer de apreciar somente a arte e não o "conteúdo".
Relativamente à religião, ela apresenta-se como algo totalitário, que não dá meças, nem à ciência, nem à arte, nem às outras religiões.
A religião é a grande esponja.
Não concordo que a ciência se deva submeter à ética.
À ética só devem submeter-se os comportamentos, as condutas humanas.
A ciência, como se verifica em manuais da especialidade, é eticamente neutra. Não se diz "deve ser" eticamente neutra. Ser ciência ou não nada tem de ético.
E nesta génese de Deus o homem foi significando a religião, as religiões, com os mais variados objetivos, práticos e teóricos, tornando-as em caldos de superstições e de contradições e de sistemas políticos e normativos.
Jesus Cristo parece ter tido uma visão muito clara de que as religiões, incluindo a judaica, eram uma espécie de pseudociências de Deus. Quem soubesse a cassete do "jargão" religioso, sentia-se habilitado a falar disso como um sábio.
Infelizmente, Jesus Cristo não foi devidamente compreendido. Ele era o mais revolucionário ateu numa cultura de pseudociências de Deus. Ele foi o mais lúcido, contundente e demolidor adversário e inimigo dessa cultura.
Mas os próprios cristãos, o cristianismo, os poderes políticos, a igreja católica, trataram de o interpretar e de o integrar no velho sistema de pseudociências de Deus, como se ele fosse mais um, embora diferente e melhor.
E, mais grave do que isso, endeusaram Jesus Cristo. Ao endeusá-lo estavam a endeusar a própria Igreja, o que veio a revelar-se catastrófico, e a destruir, desvirtuando-a e deturpando-a, a grande mensagem de Jesus Cristo contra as religiões enquanto pseudociências de Deus.
O que poderia ter sido um imenso movimento de iluminismo antecipado e fulgurante, verdadeiramente libertador, acabou por ser absorvido em sistemas de mais pseudociências de Deus.