Canto o delírio
De crer que a eternidade
É como um cofre forte
Que guarda os tesouros
Depois da morte
(continua)
Canto o delírio
De crer que a eternidade
É como um cofre forte
Que guarda os tesouros
Depois da morte
(continua)
Quem dera que o meu canto
Te dissesse quanto
Gostaria
Que fosse sempre
Tarde de mais
Para partir
Como um cristal plangente
(continua)Canto para ti
Baladas ao vento que passa
À porta da tua ausência
Por um ar da tua graça
À porta da tua ausência
(continua)Como se pudesse salvar a vida
De um pássaro preso
Numa tempestade de silêncio
A caminho da noite prometida
(continua)Eu canto para ti
Como se ouvisses maio a florir
No fundo da memória esvanecida
(continua)Lá fomos tomando juízo
E aprendendo a distinguir
No meio da confusão
Que em vez de diminuir
Se multiplica
Por alguma causa
Há sempre uma causa
Ainda que desconhecida
Mas nem sempre temos razão
E é necessário ter razão
Conhecer a razão
Qualquer que seja a causa
Lembrar esquecer
Acordar adormecer
Sofrer a sonhar
Sonhar a sofrer
A amar sempre
Como sempre
Odiar
Como nunca
Tirar lições da vida
Do que podemos ou não
Fazer
Do que é ou não permitido
Quais delas as mais difíceis
Nem tudo é para dizer
Nem tudo é para calar
Nem tudo é para ver
E muito do que se vê
Não é flor que se cheire
Ou deva tocar
E muito do que se quer
Não é para possuir
Ou dispensar
Nem tudo é para ouvir
E muito do que se ouve
É melhor ignorar
Mas sempre podemos sentir
E afinal pensar
Nas lições e nas interações
Da vida
Do ter do ser e do saber
Fazer
O bem e o mal
Além do virtual.