Preciso escrever que
Nem era preciso escrever
Porque nada existe
Que não tenha voz
Pelo menos
Que não diz
Que não seja gesto
Pelo menos
Que não seja nariz
Pelo menos
Que não seja sombra
Pelo menos
Que não seja raiz que
Dizemos
Ou simplesmente
Sabemos que
Não sabemos
Ou apenas ignoramos
A origem
Que não seja força
Pelo menos
Que não seja morte
Entoação
Nem que seja
Ao vento
Caravela de letras
Entoada
Ao mar da sorte
Uma canção
Ao destino
Pode ser
Um cântico
Pode erguer
O peso de partir
À leveza de chegar.
Nem era preciso escrever
Porque nada existe
Que não tenha voz
Pelo menos
Que não diz
Que não seja gesto
Pelo menos
Que não seja nariz
Pelo menos
Que não seja sombra
Pelo menos
Que não seja raiz que
Dizemos
Ou simplesmente
Sabemos que
Não sabemos
Ou apenas ignoramos
A origem
Que não seja força
Pelo menos
Que não seja morte
Entoação
Nem que seja
Ao vento
Caravela de letras
Entoada
Ao mar da sorte
Uma canção
Ao destino
Pode ser
Um cântico
Pode erguer
O peso de partir
À leveza de chegar.
1 comentário:
Mesmo para quem se habituou e aprendeu a escutar e a olhar, de dentro para dentro, para fora, para o passado, presente e futuro, de fora para dentro... como é o caso dos poetas, está cada vez mais difícil, tanto é o ruído, a poluição sonora e visual, a exaustão, a falta ou dificuldade de comunicação. Cada gesto, cada palavra, cada rosto, cada coisa, se indiferenciam na agitação de sinais que disputam a nossa atenção cada vez mais saturada. Mas é preciso entoar, nem que seja ao vento.
Enviar um comentário